O Dia Mundial da Pneumonia, comemorado nesta quarta-feira (12) mobiliza autoridades de saúde e especialistas para lembrar que essa infecção pulmonar, embora muitas vezes subestimada, continua sendo uma das principais causas de hospitalização e morte no mundo. Dados recentes apontam que de 2020 a 2024 as internações por pneumonia no Brasil mais que dobraram, passando de cerca de 311 572 casos para 659 595 nesse período. No âmbito nacional, somente nos dois primeiros meses de 2025, já foram registradas 81.249 internações por pneumonia ou influenza, com impacto financeiro estimado em R$ 381 milhões para o Sistema Único de Saúde.
Na região de Araraquara, o cenário também demanda atenção. De janeiro a maio de 2025, a cidade registrou sete mortes por síndrome respiratória aguda grave, condição que pode evoluir para pneumonia, reforçando o alerta para doenças respiratórias nesta estação.
O ambiente local, marcado por períodos de tempo seco e níveis de poluição, agrava o risco: como notou o Jornal de Araraquara, “a combinação de tempo seco e poluição do ar aumenta significativamente os casos de doenças respiratórias”.
O pneumologista Flávio Arbex lembra que o problema não afeta apenas crianças. “A pneumonia não é apenas uma ‘gripezinha que virou pior’: trata-se de uma inflamação intensa do pulmão que pode levar à falência respiratória, à necessidade de oxigênio ou ventilação mecânica, e deixar sequelas duradouras”, afirma o especialista.
O dr. salienta que idosos, fumantes, pessoas com doenças crônicas e moradores de regiões com qualidade de ar comprometida estão em maior risco. “Quando uma pessoa já apresenta insuficiência cardíaca, diabetes ou DPOC, o risco de a pneumonia evoluir de forma grave é muito maior”, alerta.
Em Araraquara, a importância da prevenção ganha contornos práticos. Vacinação, qualidade do ar, hidratação adequada e vigilância de sintomas respiratórios são medidas-chave para evitar que quadros simples se tornem emergências. Arbex destaca que “vacinação, vacinação e mais vacinação” são os pilares para reduzir a ocorrência e a gravidade da doença, tanto por proteger contra agentes como o pneumococo quanto por reduzir a sobrecarga dos serviços de saúde. Ele ainda lembra que, em municípios onde os índices de poluição ou de temperaturas extremas aumentam, como Araraquara, “cada suspiro conta, e quando o pulmão falha, a qualidade de vida inteira está em risco”.
A data, portanto, reforça não apenas a necessidade de conscientização, mas também de ação local: municípios como Araraquara precisam unir esforços entre gestores, profissionais de saúde e comunidade para fortalecer a prevenção respiratória, monitorar fatores ambientais e garantir acesso a diagnóstico e tratamento adequados.
