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Tema: Recuperação de nascentes será debatido no 8º Fórum Mundial de Água

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nascente interna

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O Polo Regional de Pindorama, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, apresentará o projeto “Ação em rede para capacitação e fomento de projetos de reflorestamento” durante o 8º Fórum Mundial da Água, que será realizado de 18 a 23 de março de 2018, das 9h às 21h, em Brasília. O projeto será exibido em estande no espaço Mercado de Soluções durante todos os dias do evento. O espaço fica na Vila Cidadã do Fórum, área gratuita e aberta ao público do evento.

O Fórum Mundial da Água, organizado pelo Conselho Mundial da Água, é um dos eventos mais importantes sobre água do mundo e é realizado a cada três anos. Esta é a primeira edição em um país do Hemisfério Sul. O intuito do Fórum é contribuir para o diálogo do processo decisório sobre o tema em nível global, visando o uso racional e sustentável deste recurso.

O projeto desenvolvido pelo Polo Regional de Pindorama da APTA em parceria com a ONG Centro de Estudos Agroambientais de Pindorama (CAPIN) iniciou em 2010 com o objetivo de capacitar a população na produção de mudas nativas e reflorestamento de áreas próximas a nascentes na região Centro Norte do Estado de São Paulo. Esta é a primeira vez que a APTA submete projeto no evento, que nesta edição selecionou 60 projetos, sendo 47 deles do Brasil.

Segundo a pesquisadora da APTA, Maria Teresa Vilela Nogueira Abdo, a reforma do viveiro realizada pelo projeto ampliou a capacidade do mesmo para uma produção anual de 80 mil mudas. Pelo projeto foram produzidas principalmente mudas de espécies florestais nativas brasileiras e doadas para mais de 50 produtores rurais e departamentos e órgãos de administração pública, como escolas e prefeituras, de 16 municípios localizados em São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

“Ao todo, 26 mil mudas foram distribuídas entre 2010 e 2016. Todas as pessoas que receberam essas mudas preencheram um oficio, fornecendo dados pessoais e coordenadas geográficas das áreas de plantio para acompanhamento do plantio. Não temos a informação exata de quantos hectares foram reflorestados, mas todos que adquiriram as mudas plantaram”, afirma a pesquisadora.

Para a produção das mudas, foram realizados cursos de capacitação voltados para o crescimento de espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica e de reflorestamento. Os cursos incluíam aulas teóricas, sobre coleta e germinação de sementes, e aulas práticas, realizadas nos remanescentes florestais do Polo, local em que eram feitas as coletas, visitas à área de reflorestamento, nucleação e viveiro.

“Treinamos mais de 300 pessoas, de 22 municípios basicamente da região noroeste do Estado. A capacitação é importante para que se aprenda como produzir uma muda e fazer um reflorestamento correto, a partir da escolha adequada de espécies e seguindo a legislação. Além disso, é importante reconhecer as espécies regionais e saber como coletar as sementes preservando a mata local”, explica Maria Teresa. O projeto também envolveu a reforma de viveiro do Polo Regional de Pindorama com a implantação de sistema automatizado de irrigação, produção das mudas e doação. O recurso do projeto veio do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FEHIDRO), da Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos do Estado de São Paulo junto ao Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Turvo e Grande (CBH-TG).

“Esse projeto foi possível graças à junção de diversos setores, como sociedade civil, governamentais, ONGs, representantes de municípios e empresas privadas, ou seja, somando esforços da sociedade. Esperamos que, com a apresentação do projeto, possamos levar esta ideia de que se a sociedade se unir pode resolver um problema local, pois as questões ambientais atingem a sociedade como um todo e essa união é primordial para uma ação de impacto e continuada. Além de promover o Polo, queremos mostrar que é possível realizar uma produção agrícola sustentável aliada à proteção de recursos hídricos e preservando nossa biodiversidade”, diz Maria Teresa.

Segundo a pesquisadora, na ultima reunião realizada pelo projeto estiveram presentes instituições como o escritório regional da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN) da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, que iniciou uma capacitação sobre o Sistema Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica (SARE), que cadastra áreas paulistas já reflorestadas, e a Polícia Ambiental. Além disso, as Secretarias de Meio Ambiente de Pindorama, Catanduva e Santa Amélia, em São Paulo, se juntaram para criar um grupo de trabalho para preservação ambiental. “O reflorestamento precisa continuar. O cadastro auxiliará no monitoramento de áreas já reflorestadas e, consequentemente, o que ainda precisa ser realizado”, afirma.

“Trabalhos como esse nos enchem de orgulho, pois mostram que a agricultura pode ser feita em harmonia com o meio ambiente e nossas instituições de pesquisa estão atentas a esta recomendação do governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento.