O futebol brasileiro está cada vez mais dentro do atual contexto político/econômico do país. Cheio de contrastes!
Na seleção brasileira, acabou a unanimidade em torno de Tite. Agora já se fala em Renato, Sampaoli e Jorge Jesus. Nos clubes, o Flamengo é o time da moda, seguido do Santos. O esquema implantado no Corinthians que conquistou títulos seguidos priorizando a defesa, caiu por terra. O esquema sem novidades de Felipão, que levou o Palmeiras ao título brasileiro do ano passado, já é considerado ultrapassado.
Dizer que temos memória fraca, seria mais que o óbvio, mas os contrastes não param aí. Dos vinte maiores times brasileiros, pelo menos dezoito devem muito mais do que poderiam ou deveriam. Investem mediante pressão da torcida e da crônica e nem sempre colhem os resultados esperados. Dentro de campo, os contrastes são ainda maiores. Times muitas vezes medíocres no aspecto técnico e tático, chegam a conquistas até inesperadas. Claro que o esforço, a superação, sempre valem, e merecem ser ressaltados, mas como um todo o nosso futebol segue deixando a desejar, com uma organização capenga, um calendário que prioriza os mais ricos e os que pagam parte da conta, no caso a TV.
Veja-se o caso do futebol feminino. Corinthians e Ferroviária representam o país na Libertadores. Você viu algum jogo ao vivo? A grande imprensa deu amplo destaque à campanha dos times? Como querem que o futebol feminino decole, se os jogos são realizados em horários inadequados e até mesmo as grandes finais são deixadas em segundo plano?
No atual futebol brasileiro, resta aderir aos contrastes e torcer para que a contribuição de Jorge Jesus e Sampaoli, que nem figuram na primeira linha dos técnicos internacionais, seja positiva afim de que voltemos à nossa origem. Com menos retranca, mais ofensividade e liberdade para que os talentos individuais aflorem novamente e voltemos a ter chance de ganhar uma Copa do Mundo.
* Adilson João Tellaroli, comentarista esportivo conhecido por ‘Bola Branca’
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