Laura Freitas, da Unesp Araraquara
Priscilla Silva, física e professora da Unesp em São João da Boa Vista, e Laura de Freitas, aluna de doutorado em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unesp em Araraquara, foram finalistas do FameLab 2018, realizado em 27 de abril no Rio de Janeiro. Realizado em 32 países, o FameLab é o maior concurso de comunicação científica do mundo e reúne pesquisadores com o objetivo de tornar a pesquisa científica mais acessível a comunidade. Na edição brasileira deste ano, mais de 100 cientistas se inscreveram, mas apenas 11 passaram a final que foi realizada no Museu do Amanhã no Rio de Janeiro. Entre eles, estavam as pesquisadoras da Unesp.
A docente da Unesp ainda foi escolhida pelo público como palestrante favorita dentre os 11 finalistas e a única representante da categoria de exatas na final. A professora apresentou um trabalho sobre a possibilidade da coleta de minérios em asteróides, enquanto a doutoranda da FCF discursou sobre terapia fotodinâmica.
Laura de Freitas, farmacêutica e aluna de doutorado em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia da Unesp em Araraquara, conta sua participação no FameLab Brasil 2018: “No ano passado uma amiga, que foi aluna de doutorado da Unesp também, participou da competição e foi para final. Vi vários posts dela sobre o evento, conversei com ela e fiquei bastante interessada em participar. Nesta ano, ela mesma divulgou bastante o evento e eu, como bolsista da FAPESP, recebi também email falando que as inscrições estavam abertas. Resolvi então aceitar o desafio” disse.
Na competição, cada participante tem 3 minutos para falar sobre um tema de ciência de uma forma bem didática, para que qualquer pessoa leiga possa entender. “É um desafio especialmente para nós que somos cientistas e passamos o tempo todo no laboratório escrevendo artigos científicos para outros cientistas”, acredita. “Escolhi o conceito de Terapia Fotodinânimica, que faz parte do meu doutorado, acabei sendo selecionada para a semifinal, junto com outros 29 pesquisadores e tive a honra de ser selecionada para a final e participar da conclusão do evento. Foi uma experiência incrível!”.
Laura destaca que, ao contrário do que esperava, o clima não era de competição, mas de colaboração entre os participantes. “Era um grupo de pessoas apaixonadas por ciência. Houve uma reunião muito grande. Em todas as etapas, tivemos três dias de treinamento: um antes da semifinal e, depois, os 11 finalistas selecionados tiveram dois dias antes da final. Durante todas as etapas, tivemos um suporte muito grande, um ajudando o outro a modificar e melhorar as apresentações. Destaco a Emily Groissman, treinadora que veio da Inglaterra passar o conhecimento de comunicação, e o Ronaldo Christofoletti, que é o professor da Unifesp e também trabalha com comunicação científica. Eles foram pessoas sensacionais para nos guiar e ajudar a melhorar as nossas habilidades de comunicação”, afirmou.
A doutoranda destacaou que muitas vezes os centistas esquecem que não fazem pesquisas para si mesmos ou para os colegas, mas para o mundo. “Fazemos pesquisa porque existe um problema na sociedade e precisamos encontrar a solução. Só que isso não tem uma validade muito grande se não conseguirmos mostrar para o mundo aquilo em que estamos trabalhando”, acredita.
Laura acredita que o povo brasileiro tem interesse em ciência, mas não tem ainda noção de como isso é importante ou onde isso se insere no cotidiano. “Sempre considerei importante tentar comunicar minhas pesquisas de uma forma clara, para que todo mundo saiba o que eu faço. Comunicar a ciência de uma forma acessível para todo mundo muda inclusive a visão que a sociedade tem dos cientistas. A importância disso é nos aproximar da sociedade, mostrando que trabalhamos para ela. E é importante que sejamos vistos dessa forma.”