Os carros extras já foram retirados de circulação
As empresas que realizam o transporte coletivo em Araraquara – Paraty e Empresa Cruz, decidiram ontem à noite retirar de circulação nesta sexta-feira (25), os chamados ônibus extras, que operam em horário de pico pela cidade. A alegação é a falta de combustível e se a paralisação dos caminhoneiros prosseguir é bem provável a redução de veículos de forma geral.
Em Brasília, após o encontro com representantes de entidades de caminhoneiros por mais de seis horas, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo), Eduardo Guardia (Fazenda) e Valter Casimiro (Transportes) anunciaram na noite desta quinta-feira (24) a proposta do governo de um acordo para a suspensão da paralisação da categoria que já dura de quatro para cinco dias, provocando bloqueios de rodovias e desabastecimento em todo o país.
Em Araraquara, além do combustível também os produtos hortifruti já estão em falta pois não há como os produtores entregar verduras, correndo o risco de perdê-las pelo caminho. Com a falta de combustível também foi dado o alerta de que os serviços de emergências, como as viaturas de resgates, ambulâncias e viaturas policiais poderão ser encostadas no final de semana pois as reservas estão minguando.
O acordo entre Governo e os caminhoneiros ainda estão distantes de um fechamento. Pelo texto deste acordo, os representantes das entidades de caminhoneiros que ficaram até o final da reunião se comprometeram (à exceção de um) a “apresentar aos manifestantes” os termos do documento.
Questionado se, com o anúncio, haverá normalização da situação, Padilha disse acreditar que a “qualquer momento” o movimento dos caminhoneiros começará a ser “desativado”, mas os protestos já estão ocorrendo na manhã desta sexta-feira (25) em diversos estados brasileiros.
Na cidade pelo menos um posto (Rua São Bento com a Barroso) estava abastecendo na madrugada desta sexta os veículos e comercializando o etanol a R$ 2,79 o litro. Por volta das quatro horas da madrugada a chegada de carros para o abastecimento era quase contínuo. E assim foi por quase toda a noite, disse o frentista. A maioria dos postos em Araraquara já estão sem um, ou outro produto.
No ponto de concentração da classe na rodovia Washington Luís, os caminhoneiros não arredaram pé e parecem dispostos em continuar, pois alegam que o acordo que vem sendo estudado em Brasília não tem representatividade da classe em sua totalidade.
O presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, comentou na noite desta quinta, que vai repassar à categoria o acordo firmado com o governo para definir o fim da greve. “A categoria vai analisar, e o entendimento é deles, se isso foi suficiente para eles ou não”, declarou. Ele também comentou que não pode “dimensionar” quanto tempo levará para o movimento ser desmobilizado. “Acho que os caminhoneiros vão ter a responsabilidade, ter o entendimento do que foi conquistado para eles e começar uma desmobilização de forma pausada, organizada, sem correria. Não posso precisar quanto tempo vai”…
NOTA DA CTA
A crise envolvendo o preço dos combustíveis no Brasil, agora potencializada pelo movimento de paralisação dos caminhoneiros que só em Araraquara reúne mais de dois mil motoristas, provocou alterações no transporte coletivo de Araraquara. A decisão foi anunciada na tarde desta quinta-feira. Até a situação ser normalizada, os ônibus terão escala reduzida no período fora dos horários de pico.
“Acertamos em uma reunião com a empresa (responsável pela concessão no município) que para não prejudicar a população nós vamos manter todos os ônibus no horário de pico da manhã e tarde. E nos horários intermediários vamos retirar alguns ônibus para que o estoque nossa de combustível possa durar mais alguns dias”, diz o coordenador de Mobilidade Urbana e presidente da Controladoria de Transporte de Araraquara, Nilson Carneiro.