Alimentos forçam a inflação em junho
A prévia da inflação (IPCA-15) de junho, divulgada hoje pelo IBGE, chegou a 1,11%, a maior variação para o mês desde 1995, quando o índice registrou 2,35%. Os grupos Alimentação e bebidas (1,57%), Habitação (1,74%) e Transportes (1,95%) foram as principais influências para o resultado. O acumulado no ano chegou a 2,35% e o acumulado nos 12 meses foi de 3,68%.
A pesquisa captou forte alta na batata-inglesa (45,12%), e também aumentos significativos na cebola (19,95%), tomate (14,15%), leite longa vida (5,59%), carnes (2,35%) e frutas (2,03%). A alimentação fora de casa (0,29%) também mostrou aceleração no nível de preços frente a queda de 0,28% em maio.
No grupo Habitação, outro item que definiu o comportamento da prévia da inflação foi a energia elétrica (5,44%), resultado da vigência, desde 1º de junho, da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou a cobrança de R$ 0,05 a cada kwh consumido. Além disso, houve reajuste nas tarifas em Belo Horizonte, Recife, Salvador, Fortaleza e Porto Alegre.
Já os combustíveis, dentro do grupo Transportes, subiram 5,94% em junho, puxados pela gasolina (6,98%). O item foi responsável pelo maior impacto individual no índice (0,31 p.p.), o que representou 28% do IPCA-15 de junho. Entre os nove grupos do IPCA-15, todos apresentaram alta em junho, exceto Vestuário, que caiu 0,08%.
ALTA NOS PREÇOS FOI GENERALIZADA NAS REGIÕES
A aceleração de preços de maio para junho ocorreu em todas as 11 regiões pesquisadas, com a região metropolitana de Belo Horizonte mostrando o maior resultado (1,37%), influenciada pelos itens gasolina (6,77%) e energia elétrica (11,14%). As regiões metropolitanas de Belém (0,76%) e de Recife (0,95%) registraram índices abaixo da média para o país.
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de maio a 13 de junho de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de abril a 15 de maio de 2018 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.