Eleitores de Bolsonaro são movidos por desejo de mudança e aversão ao PT; os de Haddad, por reprovarem o capitão e pelo seu plano de governo
Os dois candidatos entram na rota final
Mais do que as propostas que Fernando Haddad ou Jair Bolsonaro apresentaram durante a campanha, a rejeição ao PT ou ao capitão reformado do Exército explicam boa parte das intenções de voto que ambos têm neste segundo turno, mostra pesquisa Datafolha divulgada neste sábado. O levantamento foi contratado pela Folha de S.Paulo e TV Globo.
Entre os eleitores de Bolsonaro, o desejo de renovação, porque ele nunca foi presidente, e a simples rejeição ao Partido dos Trabalhadores somam 55% das menções de motivos que os fazem escolher o candidato do PSL. As propostas para a segurança, principal bandeira do candidato, representam 17% das respostas dos entrevistados
Na sequência, os eleitores de Bolsonaro disseram escolher o candidato pela “imagem e valores pessoais” (13%), “melhores propostas/plano de governo” (12%) e “combate à corrupção/impunidade” (10%). “Experiência e capacidade de governar” e as propostas para saúde e educação representam 5% das menções cada.
Na pesquisa, os eleitores podiam apresentar mais de um motivo para sua intenção de voto, por isso a soma é sempre superior a 100%.
No caso do Fernando Haddad, a rejeição a Bolsonaro é o principal motivo citado por quem escolhe o candidato do PT (20%), seguido por “melhores propostas/plano de governo” (15%). A identificação com as ideologias do partido foi citado por 13%. Os quesitos “experiência e capacidade para governar” e “por causa do Lula” somaram 11% das respostas cada.
Os eleitores de Haddad também afirmaram escolher o petista pela “imagem e valores pessoais” (7%), porque ele “pensa na população mais pobre” ou por suas “propostas para a educação”, que empatam com 6% das menções.