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‘Lua’ 80 anos. De tão bom leva Salvador no sobrenome.

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Lua 30Lua foi presenteado pelos amigos do Pascoal com uma festa de aniversário pelos seus 80 anos

Osvaldo Salvador não é uma pessoa comum. Pelo nome, poucos são os que o conhecem, no entanto chamá-lo de ‘Lua’ é identificá-lo com a cidade que o tem na conta de uma pessoa extremamente simples, carismática e que ao longo da história de Araraquara teve votos que poderiam elegê-lo vereador.

Mas, da política ‘Lua’ quer distância. Talvez, seja essa a razão dos cartões que possui sempre disposto a dar a nota: quem não o agrada ele logo aplica o vermelho, no melhor estilo de um Armando Marques, juiz de futebol que ele cansou de ver nos jogos da Ferroviária.

Essa mesma Ferroviária também se transformou no símbolo da sua vida, desde os anos 60, quando o ‘Lua’ apareceu como garoto-propaganda de uma panificadora, carregando um pão que media cerca de três metros: ele seguiu em volta do alambrado por todo o estádio.

Ali o ‘Lua’ virou estrela, um ‘pop’ na vida de Olivério Bazani Filho que passou a cuidar dele como fosse seu irmão, afinal os dois tinham a mesma faixa de idade; a mesada vinha da cotização entre os jogadores, roupas e sapatos também.

‘Lua’ pegou amor pelo clube, a camisa da Ferroviária virou seu manto, às vezes seu pijama quando as vitórias o levavam ao delírio. Roupa de gala era quando o time ganhava títulos; e nem mesmo quando houve o rebaixamento – caindo do pedestal da glória a time de quarta divisão, ele abandonou essa paixão pois gigante que acredita em si faz da vida – idas e voltas.

O aniversário de 80 anos nesta semana não foi uma comemoração simples; serviu para mostrar que o ‘Lua’ existe, que anda cadenciado pelas ruas, às vezes até mesmo levado pelo vento. Medindo os passos ele caminha só, assim talvez tenha mais tempo para rever o filme capaz de lhe mostrar que Deus lhe proporcionou um mundo solitário, afinal reconhece que nem todas as missões são iguais, como dizia o velho Bazani no mundo espírita que carregou.

‘Lua’ ao se deparar com o bolo postado a sua frente e velas que somavam 80 anos esboçou sorrir como forma de agradecimento, contudo, nem sempre é possível garantir o riso que faz parceria com os olhos arregalados no rosto negro que ele preza. A cor é outra característica dele. Veio em tom de bondade, de alma pura e apenas o branco que está nos olhos faz contraste com tudo que existe de bom no cidadão dos chinelos de dedo que carregam seus 80 quilos bem pesados.

Enfim, esse é o Osvaldo que por ser privilegiado divino tem Salvador no sobrenome, de traços pontuados nos cabelos brancos que se assemelham a um vasto campo de algodão. ‘Lua’ então não é um cidadão comum, é por tudo que falamos um afortunado senhor de 80 anos, mergulhado em sonhos nas noites de tempo bom e que a vida nos dá como exemplo. Presente mesmo num dia assim, só a companhia dos amigos.