A entrevista dada pelo delegado de polícia Edmar Benedito Piccolo nesta segunda-feira (19) em Araraquara narrou um fato no mínimo curioso e cheio de malandragem, mas que soluciona o drama vivido por uma dentista que teve furtado um notebook da sua clínica.
Ao procurar a polícia, a profissional disse que no aparelho estavam vários arquivos contendo dados dos seus pacientes e que recebera uma carta como se fosse notificação extrajudicial. Apreensiva chegou a abrir o documento constatando que – era uma tentativa de negociação, onde lhe era proposto o pagamento de uma soma em dinheiro e a devolução dos arquivos com dados dos clientes.
Como na suposta notificação constava o número de um telefone para contato ela apressou-se em ligar sendo atendida por uma mulher que dizia ser advogada e que pelo serviço de devolução dos dados precisava ser remunerada.
De acordo com a polícia um encontro então foi marcado nesta segunda-feira à tarde entre a dentista e a advogada que iria ao seu encontro em um UBER. Para assustá-la comentou ainda que chegaria em companhia de 9 pessoas moradoras em bairros aparentemente violentos na cidade e que não tentasse gravar ou filmar a negociação.
Sentindo que colocaria sua vida em risco a dentista procurou a polícia, narrando o desaparecimento do notebook e a proposta formulada pela vigarista. Como na suposta notificação constava um endereço na região central, o setor de investigação foi até lá e prendeu uma mulher de 58 anos aproximadamente que se apresentou como advogada.
Feita a averiguação constatou-se que a advogada em questão estava licenciada desde 2004, proibida para o exercício da profissão. Também no local visitado pelos investigadores foram encontradas outras pastas, cerca de 50, que provavelmente foram furtadas em clínicas odontológicas. O fato chamou a atenção de outro odontologista que teve furtados documentos em sua residência.
Para a polícia ele narrou que – recebera a mesma proposta da advogada. “Na época me pediu R$ 5 mil pela devolução (cada pasta). A advogada tentou ainda neste caso justificar que – havia encontrado as pastas em uma caçamba. Diante de tanta malandragem foi caracterizado o crime por extorsão e exercício ilegal da profissão, sendo a mulher presa em flagrante; pesa ainda outro crime – receptação.
Como há inúmeras pastas na delegacia as autoridades aguardam que outros profissionais que tenham passado pela mesma situação venham a ser chamados nas próximas horas