Araraquara tem vivido momentos difíceis com as queimadas, principalmente urbanas. São situações agressivas em matas e regiões próximas de plantações, o que tem levado o Sindicato Rural em parceria com o Senar SP, a realizar cursos de capacitação para brigadistas, que acabam adentrando ao mercado de trabalho em usinas.
Em julho, nos dias 26 e 27, foi realizado curso para formação de novos brigadistas na Fazenda Maringá, pertencente a Citrosuco, sendo convidado para dar aulas teóricas e práticas o instrutor Bruno Ferreira Chagas.
“Nesta época do ano, o inverno traz consigo, além do frio, a baixa umidade do ar, o que é um alto fator de risco para a incidência de incêndios. Além do ar seco, a falta de conscientização por parte de pessoas – que na grande maioria das vezes acham erroneamente que queimadas são a melhor solução para limpar os terrenos – é causa de inúmeros incêndios de proporções grandiosas, que prejudicam o ambiente, os cultivos e as pessoas”, diz o engenheiro agrônomo João Henrique de Souza Freitas, coordenador regional do Senar.
Para ele, as queimadas trazem prejuízos inestimáveis aos elos da agricultura e meio ambiente: “Precisamos de profissionais capacitados para participar de ações de combate aos focos, mas também de pessoas que saibam lidar com as ações de prevenção.
O curso viabilizado pelo Senar em conjunto com o Sindicato Rural tem foco em praticar as técnicas de prevenção e combate a incêndios no campo, com os beneficiários sendo pequenos produtores, trabalhadores rurais e seus familiares.
Uma vez devidamente treinadas e capacitadas, as pessoas que passam pelo curso atuam no atendimento de emergências como na prevenção e combate a incêndios e nos primeiros socorros, uma vez que os incêndios também oferecem riscos nefastos à saúde humana, podendo causar até mesmo a morte por conta das toxinas liberadas na fumaça decorrente do fogo.
As solicitações por esse tipo de curso aumentam significantemente nessa época do ano, quando o ar seco favorece a ocorrência de incêndios que, caso não recebam a devida atenção a tempo, tornam-se enormes e causam inúmeros prejuízos. No entanto, é de suma importância que o produtor não tente apagar o fogo por si só – um ato que coloca sua vida em risco – e sim com a assistência de bombeiros.
O instrutor Bruno Chagas salienta que uma das formas de melhor combate aos incêndios é promover campanhas de conscientização entre produtores para que não joguem bitucas de cigarro em locais secos, assim como não queimar lixo propositalmente. Outras formas de combate incluem construir aceiros para conter as chamas e não promover queimadas para a limpeza do terreno. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo traz dicas para o produtor evitar os incêndios em sua plantação.
Além de produtores e trabalhadores rurais existe grande demanda também por parte das usinas de cana-de-açúcar para capacitação de seus funcionários, quando, por meio de conhecimentos teóricos e práticos, aprendem a identificar os elementos do fogo, conhecem os EPIs – Equipamentos de Proteção Individual, a como se organizarem em grupos e métodos de combate, e a prevenção de possíveis acidentes durante o incêndio.
Com a capacitação os participantes são habilitados a aplicarem técnicas de prevenção e combate prévio nos locais de risco potencial de incêndio, visando maior segurança aos produtores e ao meio ambiente.