Uma das medidas adotadas para combater a propagação do novo coronavírus, o isolamento social trouxe algumas deficiências no desenvolvimento da fala e linguagem das crianças que estão em casa, longe de amigos e familiares, de uma maneira geral.
Mesmo com a reabertura das escolas, muitos pequenos mantiveram sua rotina caseira, com os pais trabalhando em home office ou sob os cuidados de outros adultos. Atrasos no desenvolvimento oral, na leitura e na escrita foram os mais evidenciados no atual panorama.
“O aumento do uso de aparelhos eletrônicos como tablets, celulares ou computadores para distrair e entreter as crianças é um dos motivos que também acabaram prejudicando a interação, até mesmo no ambiente familiar, atrasando o desenvolvimento da comunicação como um todo”, comenta Fernanda Custódio, fonoaudióloga do Centro Unimed de Qualidade de Vida (Univida).
Ainda segundo a especialista, esse cenário que envolve a fonoaudiologia infantil faz parte de um novo momento: as “Crianças da Pandemia”, título que reúne pequenos de 0 – 10 anos prejudicados com a privação social e a falta da freqüência escolar, que envolve, além do contato social, o conteúdo pedagógico.
“As crianças estão em constante desenvolvimento e têm condições de reverter toda essa demanda estabelecida, melhorando, assim, o seu quadro de dificuldades e alterações, sempre com muita segurança, protocolos adequados e profissionalismo. É um grande desafio para todos nós. Por isso, contar com um plano de saúde tão abrangente quanto o da Unimed é de suma importância”, comenta.
CUIDADOS EM CASA
Na avaliação da fonoaudióloga, algumas dicas simples podem ser adotadas no dia a dia para melhorar a comunicação verbal, em casa. Crianças que estão começando a falar, por volta de 1 ano ou que estão em pleno desenvolvimento de fala e linguagem, entre os 2 ou 3 anos, devem ser, diariamente, estimuladas através dos cinco sentidos: audição, visão, tato, olfato e paladar.
“Primeiramente, organize a rotina das atividades da família para que os pais possam participar das execuções. Priorize ações que exijam a atenção, concentração e o contato visual, que são algumas das habilidades básicas para o desenvolvimento da fala e da linguagem. Use comandos não verbais (como “dar tchau”, jogue um beijo, balance os braços, entre outros) e expressões faciais. Imite sons (de animais, de meio de transportes, do que usamos em casa). Use músicas. Nomeie tudo, e solicite que ela repita, sempre chamando a atenção para a boca, mostrando, assim, a forma que o som é produzido. E, qualquer dúvida, agende uma avaliação com o profissional especializado”, finaliza Fernanda Custódio.