O município de Araraquara registrou 473 novas vagas formais de trabalho em agosto de 2021. Esse é o quinto mês consecutivo em que houve expansão do número de vínculos ativos na cidade, que fecha o oitavo mês do ano com saldo de 3.088 admissões e 2.615 desligamentos.
Com 599 novos contratos firmados e 401 encerrados em agosto, o setor da indústria contribuiu com a maior parcela das vagas, que foram incorporadas ao total de trabalhadores ativos no município. No mesmo período, o setor de serviços admitiu 1.470 funcionários, demitiu 1.297 e ficou em segundo lugar no saldo de contratações no mês, com 173 vagas criadas.
Já o estoque de trabalhadores da construção aumentou em 91 vagas, decorrente de 315 admissões e 224 desligamentos, e o comércio criou 38 vagas, resultante das 660 admissões e dos 662 desligamentos formalizados em agosto. Pelo segundo mês consecutivo, a agropecuária foi o único setor a registrar redução do número de trabalhadores ativos: foram 44 admitidos e 71 desligados, um saldo negativo de 27 vagas encerradas.
Em agosto, o saldo de contratações líquidas foi puxado por trabalhadores de 18 a 24 anos (405) no recorte por faixa etária, e em relação ao grau de escolaridade, a maioria dos admitidos tem ensino médio completo (384). Dos 473 novos empregos criados, 271 foram ocupados por homens e 202 por mulheres. Por outro lado, o maior número absoluto de desligamentos atingiu a faixa etária de 65 anos ou mais (-28) e também pessoas com ensino fundamental completo (-20).
No acumulado do ano, Araraquara apresenta saldo positivo de 2.688 vagas, decorrentes de 21.452 admissões e 18.764 desligamentos. O setor de serviços foi responsável pela abertura de 1.138 novas vagas; já a indústria somou 927 oportunidades; a construção, 727; e a agropecuária, 28 vagas. O comércio araraquarense, por sua vez, é o único dos cinco grandes setores a registrar redução do estoque de trabalhadores, entre janeiro e agosto de 2021, com -132 postos de trabalho.
Em números absolutos, a quantidade de trabalhadores com carteira assinada em Araraquara já ultrapassa os níveis pré-pandemia. Pelos dados do Novo Caged, em fevereiro de 2020, a cidade contava com 76.477 trabalhadores e, após atingir o menor nível em agosto de 2020 (72.156), os subsequentes saldos positivos mensais de contratação só foram interrompidos em março de 2021. O estoque de trabalhadores ultrapassou o patamar anterior à pandemia em junho de 2021, com 76.564 empregados ativos e, após dois meses de expansão, Araraquara conta, hoje, com 77.257 trabalhadores em atividades formalizadas.
No entanto, João Delarissa, economista do Sincomercio Araraquara, pontua que é necessário cautela na análise dos resultados. “Os números anteriores à pandemia não representavam necessariamente um cenário satisfatório de trabalhadores ocupados, nem para a cidade de Araraquara nem para o Brasil. A PNAD Contínua, pesquisa do IBGE de abrangência nacional, já apontava, ao final de 2019, taxa de desocupação de aproximadamente 11%, algo não tão melhor que os atuais 13,7%”, analisa.
Ainda assim, as projeções para os próximos meses são de manutenção dos saldos positivos de contratações. “É esperado, como consequência do avanço da vacinação, que o aumento consistente da circulação de pessoas seja o principal fator responsável pela evolução das contratações, ainda que parte dos trabalhadores recolocados esteja atuando de maneira informal ou subutilizada, isso é, com carga horária de trabalho reduzida”, conclui Delarissa.
TRABALHO TEMPORÁRIO
Para atender ao movimento sazonal de fim de ano do varejo, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta o maior nível de contratação de temporários desde 2013. Caso a previsão seja confirmada, cerca de 25,55 mil trabalhadores serão integrados ao mercado de trabalho no Estado de São Paulo.
Considerando a representatividade do comércio varejista em Araraquara, com relação ao total do Estado e avaliando os resultados dos últimos anos, é possível que até 140 novas vagas temporárias sejam abertas na cidade até dezembro, com a maior parte das contratações sendo absorvidas pelas atividades de vestuário, calçados, acessórios e o setor de supermercados, segmentos mais impactados pela elevação sazonal do último trimestre do ano.