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Fobias políticas, é o que mais têm ocorrido na praça

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Suze

OPINIÃO

Por Suze Timpani

Suze

A primeira sessão do ano na Câmara Municipal, ainda na semana passada, se estendeu até às 3 horas da manhã, diante da efervescência e números de projetos.

Mas para quem não acompanhou, fique tranquilo, foi um tal de tira dinheiro daqui e coloca ali, sem ninguém entender de onde vai sair.

As más línguas dos cafés da cidade, dizem que a Casa de Leis nos últimos dois anos era morna, sem sal e de pouca expressão, pois bem, preparem-se, os temperos prometem vir com tudo nesta nova temporada. Enfim! 

Sem entrar no chilique de vereador causado por mudança de gabinete, outros assuntos também apimentarão os mandatos dos nobres edis.

Comecemos então pela nova estrutura de segurança que a Casa discute implantar para proteger parlamentares de possíveis ataques da população vil sedenta por serviços não prestados. Jura que alguém pensa assim? Juro!

A instalação de uma estrutura acrílica a prova de balas, separando a plebe do alto escalão do poder, já vem sendo discutida nas reuniões. Vale lembrar que há tempos atrás, tentaram colocar uma porta como empecilho a manifestantes, mas a desventurada não aguentou o tranco, e foi ao chão. Triste fim de uma porta inocente.

Outra novidade é a possível mudança de horário das sessões, passando para as 16h, mesmo sabendo que o povo só poderá participar após das 18h. Povo? Quem é povo mesmo? Ah sim, são pessoas que votam.

Pensando um pouco mais adiante, e com coerência, se colocam o blindex a prova de balas, não será necessária a implantação do novo horário, afinal durante a tarde, vai separar os vereadores de quem? O contribuinte, além de contribuir, trabalha nobres senhores.

Quem entra no plenário pode se atentar às paredes, onde poderosas câmeras foram instaladas recentemente, já há quem diga pelos corredores, que elas captam até mesmo o som além dos movimentos dos possíveis opositores. Entrar na Casa sem crachá, nem pensar!

Seguranças robustos também fazem parte do arsenal da Casa do Povo, e a qualquer movimento brusco de manifestantes contrários a medidas impopulares, que afete a vida e o bolso da população, a Guarda Municipal e até mesmo a Polícia Militar entram em cena.

Penso ainda, que falta uma porta giratória e uma guarita para que a segurança do local se sinta segura, afinal só um detector de metal não impedirá a sanha desses supostos inimigos que tentarão invadir o local, transformando tudo em cinzas. Perceba que nem mesmo os Black Blocs com suas táticas de guerrilhas conseguiram tal façanha. Lembro-vos que no passado já fomos afamados como linchadores e não depredadores.

E como já dizia Robert Stevenson “Guarde seus medos para si mesmo; com os outros, compartilhe a coragem”. E a pergunta que fica é: Quem tem medo de quê?