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Brasil surpreende com tecnologia inédita de hidrogênio verde e etanol de milho

Brasil explora alternativas para ampliar o uso de combustíveis limpos, como hidrogênio verde e etanol de milho, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis.

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Petrobras tem planos de investir a curto prazo em energia eólica, solar onshore e biocombustíveis

O seminário “Energia limpa: a transição enérgitca no Brasil”, que foi realizado pela Folha, destacou a importância de várias fontes de energia limpa para a transição energética brasileira. Hidrogênio verde, etanol de milho e combustível sustentável de aviação (SAF) foram discutidos no terceiro painel do evento como possíveis soluções para os combustíveis fósseis.

Segundo o diretor de transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmaquim, a eletricidade gerada pelas fontes renováveis é vista como crucial para acabar com os combustíveis fósseis e para a descarbonização global.

O executivo também destacou que a Petrobras tem planos de investir a curto prazo em energia eólica, solar onshore e biocombustíveis, como o diesel renovável. Contudo, salientou que, a médio prazo, o hidrogênio verde é uma ótima alternativa, especialmente, para setores como petroquímico, refino, siderúrgico e de fertilizantes.

A ex-senadora Katia Abreu destacou a importância do etanol de milho, ressaltando suas vantagens, como a produção ao longo do ano e obtenção do grão seco de destilara (DDG), utilizado na alimentação animal.

Abreu também mencionou que o agronegócio brasileiro cresceu com o apoio de subvenções, entretanto, também alertou para a necessidade de garantir a saúde econômica e evitar impactos negativos em outros setores.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Neto, mencionou a necessidade de rediscutir os subsídios do setor energético, apontando o custo da tarifa de energia como um fator desestimulante para a indústria no país.

Patricia Ellen, cofundadora da AYA Earth Partners, destacou a oportunidade do Brasil liderar a transição energética, deixando de lado os combustíveis fósseis, mencionando o potencial do etanol de milho, SAF e hidrogênio verde.

ETANOL DE MILHO NO BRASIL

O ex-presidente de empresas como Light e Sabesp, Jerson Kelman, abordou os problemas de governança no setor elétrico e a influência de lobby nas decisões do Congresso Nacional. Kelman destacou a necessidade de retomar a liderança no setor energético e repensar políticas públicas perpetuadas por interesses setoriais.

O debate proporcionou uma visão abrangente dos desafios e oportunidades ligados à transição para um futuro sem combustíveis fósseis no Brasil, destacando a importância de fontes diversas para atingir a sustentabilidade energética.

É importante destacar que, segundo dados da União Nacional do Etanol de Milho (Unem) de outubro de 2023, a produção de etanol de milho deve atingir 6 bilhões de litros em 2024, alta de 36% no ciclo 2022/023 e de 800% nos últimos cinco anos. O crescimento da capacidade produtiva é resultante, principalmente, da ampliação do complexo industrial brasileiro, com evolução da quantidade de usinas, adoção de tecnologias, aumentando o rendimento industrial, e maior demanda internacional por biocombustíveis.

BRASIL PODE SER GRANDE POTÊNCIA EM HIDROGÊNIO VERDE

No horizonte da transição energética global, o Brasil emerge como protagonista na produção de hidrogênio verde, a mais promissora fonte alternativa de energia. Com vasto potencial solar e eólico, além de recursos hídricos abundantes, o país se posiciona para liderar a geração do combustível limpo e eficiente, deixando para trás os combustíveis fósseis.

O hidrogênio verde, obtido por meio da eletrólise da água, usando fontes renováveis, como energia solar e eólica, surge como uma solução para mitigar as emissões de gases poluentes.

Em contraste com o hidrogênio cinza, produzido a partir de fontes não renováveis, o hidrogênio verde é uma alternativa econômica e ambientalmente sustentável. Instituições brasileiras, como o Laboratório de Energia Solar Fotovoltaica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), já estão trabalhando no desenvolvimento de tecnologias para a produção de hidrogênio verde.