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Cana-de-açúcar tem leve recuo em participação na matriz energética brasileira

Fontes renováveis foram responsáveis por 50% da energia produzida no ano passado

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Além da cana-de-açúcar, também fazem parte do grupo de fontes de energia renovável

Mais uma vez, as fontes renováveis ampliaram sua participação na matriz energética brasileira. Em 2024, a parcela de origens sustentáveis chegou a 50%, aumento de 0,9 ponto percentual em relação ao ano anterior.

Os dados foram compilados no Balanço Energético Nacional (BEN), realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A companhia, por sua vez, é vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME).

A entidade relata que o resultado atual é um “marco histórico, desde o ano de 1990”. Segundo a EPE, o desempenho evidencia o aumento da oferta interna de biomassa e das energias eólica e solar, além de uma queda no uso de petróleo e derivados.

A parcela da cana-de-açúcar, segundo o estudo, ficou praticamente estável entre os dois últimos anos, totalizando 16,7% em 2024, ante 16,9% em 2023. Ainda assim, a matéria-prima continua sendo a principal fonte renovável dentro da matriz energética brasileira. Entre 2021 e 2023, a cana passou por duas quedas e um aumento nesta porcentagem.

Apesar de se manter acima da meta de 16% estabelecida pelo governo para 2030, como parte dos compromissos do Acordo de Paris, a fatia registrada pela cana em 2024 se mostra distante do recorde visto em 2020, de 19,1%.

No ano passado, a matéria-prima do setor sucroenergético foi responsável por um volume energético de 53,7 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (Mtep), alta de 1,6% ante os 52,9 Mtep consumidos em 2023. Desta forma, a cana voltou a se manter acima da média de 50 Mtep por dois anos consecutivos – em 2021 e 2022, o consumo ficou abaixo desse patamar.

Além da cana-de-açúcar, também fazem parte do grupo de fontes de energia renovável: hidráulica (11,6% da oferta total); lenha e carvão vegetal (8,5%); eólica (2,9%); solar fotovoltaica e térmica (2,2%); e outras renováveis (8,1%), o que inclui licor negro, biodiesel, outras biomassas, biogás e gás industrial de carvão vegetal.

Em relação ao etanol, o relatório aponta que houve um aumento anual de 15,6% em seu consumo dentro do setor de transportes, para 37,1 bilhões de litros. Já o biodiesel, que teve sua mistura mandatória alterada para 14% em março do ano passado, obteve um acréscimo de 19,3%.

Ao mesmo tempo, a EPE também destaca o crescimento do biocombustível fabricado a partir do milho que, segundo o texto, utiliza principalmente os grãos da segunda safra, com rotação com outros cultivos, em especial a soja. Em 2024, a produção chegou a 7,5 bilhões de litros, sendo responsável por 20% do total de etanol disponibilizado no ano.