A recuperação de áreas degradadas é um dos principais desafios do Brasil para mitigar as emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE).
O tema está presente, inclusive, nas metas do Plano ABC+. Estima-se que, apenas na pecuária, há cerca de 105 milhões de hectares de pastagens degradadas, de acordo com um estudo divulgado em setembro de 2021 e conduzido pela Scot Consultoria.
A boa notícia é que os esforços para enfrentar esse problema ganharam um reforço. A Cargill anuncia nesta terça-feira, dia 28 de junho, uma iniciativa bastante abrangente com foco na restauração de 100 mil hectares de terras degradadas nos próximos cinco anos, nos biomas Cerrado e Mata Atlântica. Além disso, o projeto da empresa prevê auxílio aos produtores para regularização ambiental das fazendas e também assistência para ampliar a adoção de técnicas sustentáveis no cultivo das lavouras.
A empresa está conectando produtores rurais, ambientalistas, pesquisadores e empresas com uma série de ações que trarão aos agricultores recursos para intensificar as boas práticas nas propriedades nas propriedades rurais.
“Ao longo dos últimos meses, a gente vem conversando com os produtores rurais, e também com outros atores que fazem parte da cadeia, e nós estamos lançando então esse grupo de iniciativas que tem três pilares. Um dos pilares é a questão da regularização ambiental, a gente quer garantir que toda nossa cadeia esteja regularizada com o código florestal brasileiro; O segundo pilar é a questão da restauração, foi nele que a gente olhou pra fora da Cargill e convidamos especialistas de diferentes perfis para nos ajudar a pensar o escopo desse compromisso. Fizemos mais de 40 reuniões com esse grupo de especialistas que nos ajudou e nos recomendou a ter essa meta de 100 mil hectares a serem restaurados no período de cinco anos em diferentes biomas do Brasil; (…) O terceiro pilar é de produção sustentável. A gente sabe que temos uma produção agrícola de alto nível e as melhores práticas de sustentabilidade e de tecnologia. Mas sempre há espaço para melhorar”, contou a líder de sustentabilidade da Cargill, Renata Nogueira, em entrevista exclusiva para o Planeta Campo, que vai ao ar nesta terça-feira.
AGRICULTURA SUSTENTÁVEL E A REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL
O anúncio fortalece o compromisso da empresa e do setor com a agricultura sustentável e a regularização ambiental, contribuindo para o cumprimento do Código Florestal Brasileiro.
Os programas anunciados foram identificados a partir de um edital lançado no primeiro semestre deste ano e complementam os esforços da Cargill para alcançar uma cadeia de abastecimento alinhada com as Boas Práticas Agrícolas (BPAs), contribuindo para reduzir o impacto do aquecimento global no Brasil.
CONHEÇA MAIS DETALHES SOBRE CADA UM DOS PILARES DA INICIATIVA
Restaurando a terra e melhorando a biodiversidade
As iniciativas de restauração vão permitir que a Cargill apoie a recuperação de 100 mil hectares em um período de até cinco anos. As áreas escolhidas estão no Cerrado e na Mata Atlântica, dois biomas primordiais para a sustentabilidade e produção de alimentos. Além do impacto positivo no ecossistema e na biodiversidade, os programas de restauração trarão melhores condições de vida para os agricultores e comunidades, com maior uso de inovação na lavoura, o que deverá gerar maior produtividade e empregos, graças ao uso eficiente da terra.
Programa de regularização ambiental
Em parceria com a consultoria Preserv, a Cargill já está atuando junto a 35 produtores de cinco municípios no Sul do Maranhão, o equivalente a 60 mil hectares do bioma Cerrado. O projeto consiste no apoio aos produtores para promover a regularização ambiental em suas propriedades, visando à inclusão no Cadastro Ambiental Rural (CAR), o que permitirá a adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA).
Programa de Restauração
Projetos desenvolvidos em parceria com pesquisadores, ONGs, consultorias, associações produtoras e produtores rurais. Os projetos terão como prioridade trabalhar dentro do conceito de “abordagem da paisagem”, tratando a biodiversidade de cada região como um sistema único, respeitando a vegetação nativa e as características socioeconômicas das comunidades. A meta é restaurar 100 mil hectares de áreas de Reserva Legal ou Áreas de Proteção Permanente (APPs) nos próximos cinco anos.
Na fase piloto, foram selecionados sete projetos de restauração em diferentes biomas. Juntos eles somam 6 mil hectares em restauração.
Os projetos apoiados são:
Territórios da Mata, em Machadinho (RS), com a Solidaridad;
Inciativa Verde, com Agroícone e Caminhos da Semente;
Rede de Sementes do Cerrado, com Araticum, ICMBio e cooperativas rurais de comunidades locais;
PretaTerra, com o fundo UBS Optimus;
Restaura Tocantins, com o governo estadual e Instituto Perene;
Orla do Lago Paranoá, com o governo do Distrito Federal;
Fazenda São Geraldo, em parceria com Bioflora.