Chile e Emirados Árabes usam aviões agrícolas contra a Covid-19

No Brasil, aplicação aérea de desinfetante orgânico para eliminar o coronavírus depende de testes que, por enquanto, estão sendo feitos apenas com drones

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Depois da cidade de Santa Cruz, na província chilena de Colchagua, ter utilizado, em abril, um avião agrícola em uma operação de sanitização contra a Covid-19, agora são os Emirados Árabes Unidos que devem apostar na ideia. Embora ainda não anunciado oficialmente pelo governo do primeiro-ministro sheik Mohammed bin Rashid, a notícia do embarque ao país de dois aviões Thrush modelo 510-P circulou no final de semana nas redes sociais dos próprios técnicos da empresa.

Segundo as informações preliminares, as aeronaves foram transportadas desmontadas em avião de carga e farão aplicações de desinfetante orgânico – o mesmo tipo de produto aplicado no Chile. Nessa segunda-feira, 4, os Emirados Árabes contabilizaram 567 novos casos no país – que é formado por uma confederação de monarquias. No total, são 14.730 casos, com 137 mortes e 2.966 pessoas curadas. O país tem investido forte em várias frentes contra a doença. As ações abrangem desde a busca de especialistas internacionais em várias áreas até pesquisas próprias inclusive com células-tronco.

CHILE

No chile, a prefeitura de Santa Cruz realizou sua operação aérea para desinfetar o centro da cidade de cerca de 35 mil habitantes. Foi no último dia 12 e o trabalho ficou a cargo da empresa Aero Santa Cruz Fumigaciones. Aliás, foi a aeroagrícola e a fornecedora de desinfetante orgânico que bancaram a iniciativa, promovendo custo zero para a prefeitura. Vale lembrar também que a operação teve autorização tanto da autoridade aeronáutica quanto do Ministério da Saúde do país.

O avião usado foi um Air Tractor AT-502B, com capacidade para cerca de 1,9 mil litros de produto. Os trabalhos duraram cerca de três horas, cobriram toda a cidade e foram acompanhados pelo prefeito William Arévalo, que comemorou a iniciativa. “É um marco importante, graças às empresas que tornaram isso possível”, destacou. “É preciso usar todas as ferramentas que se tem e essa pareceu uma ótima ideia para cuidar das pessoas”, completou o governante local (confira o vídeo abaixo).

BRASIL

No Brasil, as operações aéreas para combate à Covid-19 necessitam antes de pesquisas coordenadas pelo Ministério da Saúde e pelas autoridades ambientais. O próprio Sindag e o Ibravag já se manifestaram nesse sentido, depois de terem recebido contato de mais de 30 prefeituras de diversos Estados, indagando a possibilidade de aplicar desinfetantes nas cidades. Ao mesmo tempo, as duas entidades aeroagrícolas destacaram que seguem à disposição, caso as autoridades resolvam fazer os testes com aviões.

Enquanto isso, os testes vão ocorrendo em alguns Estados com o uso de drones. As pesquisas ocorrem com apoio de prefeituras e a participação de universidades. Caso da gaúcha SkyDrones – associada do Sindag, e da VOA, plataforma de locação de drones para a agricultura. A Sky Drones tem feito operações de sanitização de áreas públicas em Porto Alegre, enquanto a Voa tem operado em diversas cidades de São Paulo e Paraná.