
Um momento para conhecer a Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e esclarecer dúvidas dos produtores de laranja do estado de São Paulo. Esse foi o resumo da reunião da Comissão Técnica de Citricultura da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), que contou com a participação de técnicos do Fundecitrus para apresentação da metodologia usada para o levantamento da safra de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste mineiro.
Guilherme Rodriguez e Roselí Reina fizeram uma exposição sobre o trabalho que é desenvolvido pelo Fundecitrus, desde o mapeamento e a realização do inventário de pomares até a estimativa da safra propriamente dita. A projeção leva em conta quatro componentes principais: o número de árvores produtivas, o número de frutos por árvore, a taxa de queda e a quantidade de frutos por caixa. A primeira estimativa é divulgada em maio, enquanto as reestimativas são divulgadas em setembro, dezembro fevereiro e abril, nessa ordem.
Após a apresentação do Fundecitrus, os membros da Comissão Técnica de Citricultura da Faesp se reuniram para avaliar possíveis melhorias no levantamento de safra, que de forma recorrente gera discordância entre os produtores rurais. Ao final, foram destacados pontos para melhor esclarecimento junto aos técnicos do Fundecitrus, que deverão ser encaminhados à entidade. Posteriormente, a Comissão deverá apresentar uma proposta com pontos de adequação à PES, de forma que esta melhor reflita as expectativas de safra no campo, sobretudo em relação à primeira estimativa, que tem causado impacto direto nos preços de comercialização da laranja pagos ao produtor.
“Estudamos os dados apresentados e entendemos que ainda há informações a serem esclarecidas, as quais encaminharemos ao Fundecitrus. A data da primeira divulgação da estimativa, que é feita em maio, ocorre de maneira antecipada e geralmente sofre redução na primeira ou segunda reestimativas. Ocorre, contudo, que a divulgação de safra maior pressiona os preços pagos ao produtor e isso poderia ser evitado pela divulgação do levantamento em momento posterior, quando os componentes da equação podem ser melhor estimados ”, explicou José Alonso, engenheiro agrônomo e coordenador da Comissão.
Uma face positiva do levantamento foi apontada pelo representante do Sindicato Rural de Mogi Mirim na reunião, Carlos Pereira. A metodologia do Fundecitrus mostra a importância da irrigação na citricultura, com a região do Triângulo Mineiro utilizando a técnica em 98% de sua área. “Temos de mostrar esse diferencial em relação à citricultura paulista e estimular a prática em nosso estado”, disse Pereira.
A engenheira agrônoma e secretária executiva da Associação Brasileira de Citros de Mesa (ABCM), Ligia Martucci, atendeu a um convite da Faesp e participou da reunião, expondo as demandas do setor e apresentando o trabalho desenvolvido pela Associação. O diretor secretário Marcio Vassoler lembrou que a Federação é a casa de todos os produtores e está sempre pronta a ouvir e buscar soluções para as demandas das mais diversas cadeias produtivas.
“Defender e trabalhar para que os produtores rurais tenham condição de manter-se no campo é a missão da Faesp. E, por meio das nossas comissões, estamos sempre ouvindo as demandas de todas as entidades representativas das cadeias produtivas, a fim de identificar gargalos e construir soluções”, afirmou Vassoler, que ressaltou a importância dos cursos do Senar-SP na preparação do homem do campo, sempre adaptados à nova realidade do meio rural.
Participaram da reunião, ainda, Lúdio Vidotti, presidente do Sindicato Rural de Monte Azul Paulista; Fernando Junqueira, representante do Sindicato Rural de Bebedouro; Ezequiel Castilho, engenheiro agrônomo e representante do Sindicato Rural de Santa Cruz do Rio Pardo; os advogados da ABCM, Luiz Carlos Aceti Júnior e Lucas Aceti; e, do departamento econômico da Faesp, os engenheiros agrônomos Cláudio Brisolara (gerente) e Larissa Amaral (assessora técnica), e Paulo Nascimento (assessor técnico).













