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Votação do PL do CBios é adiada depois da sinalização de acordo entre usinas e produtores de biomassa

Os diretores da Canasol estiveram por dois dias consecutivos em Brasília acompanhando os debates sobre o percentual que será pago ao produtor de cana por conta do CBios. Mas, ainda não foi desta feita que o acordo foi selado; será preciso mais um tempo de 15 dias.

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Discussão ocorrida em Brasília nesta quarta com a presença do presidente da Canasol

Finalmente, na iminência da votação e da provável aprovação do Projeto de Lei dos CBios (PL 3149/20) pela Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara Federal nesta quarta-feira (20), o setor industrial recuou e aceitou negociar uma proposta única do setor sucroenergético, onde reconhece para produtores de biomassa o direito aos CBios na Lei do RenovaBio.

Com isso, sob a liderança e aprovação da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), junto aos demais segmentos rurais envolvidos, o deputado relator do PL, Benes Leocádio (União-RN) retirou a proposta de pauta, a qual será atualizada e apreciada em 15 dias, conforme o acordo entre os envolvidos.

O texto atual do PL define que todas as usinas, hoje as únicas beneficiárias do recebimento dos CBios, deverão pagar para os agricultores 80% desse crédito equivalente à biomassa fornecida a elas. “Partimos desse pressuposto. Um acordo já está em debate quanto ao percentual. Não mais sobre o nosso direito em lei ao CBios. O debate tem 15 dias para acabar, antes da votação do PL neste prazo. Foi assim que ficou acertado com o setor industrial em debate conosco, ontem, com o autor do PL, atual senador Efraim Filho (DEM-PB), junto com o deputado relator, Benes Leocádio”, informa Paulo Leal, presidente da Feplana.

Assim, em mais um gesto do produtor de biomassa às usinas, mesmo havendo maioria para aprovar o PL na CME hoje, segundo garante Leal, a Feplana, reunida com sua diretoria em Brasília, bem como os presidentes da União Nordestina dos Plantadores de Cana (José Inácio) e da Comissão de Cana da Confederação Nacional da Agricultura (Nelson Perez), decidiu, em assembleia, solicitar esse adiamento da votação, com o retorno daqui a 15 dias, independentemente de vingar o acordo. “Defendemos a justiça e apostamos na união do setor sucroenergético, formado por indústrias e produtores de biomassa. Esperamos da usina o mesmo” diz Leal.

REUNIÃO COM O AUTOR E RELATOR DO PL

Na noite terça-feira (19), o senador Efraim Filho e o deputado federal Benes Leocádio coordenaram as negociações de um acordo de texto único para o PL 3149, havendo um entendimento em curso. As usinas estavam representadas pela Única (Evandro Gussi) e pela Brasil BioEnergia (Mário Campos), bem como os presidentes das entidades estaduais de Minas Gerais (Mário Campos também), Goiás (André Rocha), Paraná (Miguel Tramin), Mato Grosso do Sul (Érico), Pernambuco (Renato Cunha), Alagoas (Pedro Robério) e da Paraíba (Edmundo). Os produtores de biomassa, com destaque ao setor da cana de açúcar, tiveram a liderança da Federação, junto com a CNA e a Unida.

Dirigentes da Canasol Luís Henrique, Tatiana Campos Leite, Malta Cardozo e Guilherme Lui de Paula com Alexandre Lima e Paulo Leal (Feplana) participantes reuniões realizadas em Brasília

CANASOL PRESENTE NO ENCONTRO

Em se tratando de um assunto que envolve diretamente os fornecedores de cana também da região de Araraquara, a Canasol tem se desdobrado continuadamente para acompanhar os debates. A presença da diretoria nesta quarta-feira (20) em Brasília é uma mostra do esforço que os diretores Luís Henrique Scabello de Oliveira (presidente), Tatiana Caiano Teixeira Campos Leite (Vice-Presidente) e Francisco Malta Cardozo (Diretor Consultivo) estão colocando em prática, na defesa dos produtores de cana.

O presidente Luís Henrique afirma que – o acordo entre as partes já está em discussão e o que se coloca na atualidade é o percentual que será pago ao produtor; o direito da categoria sobre o CBios está pactuado. “Posso afiançar aos nossos produtores e fornecedores que o debate, a partir de agora, tem 15 dias para acabar, antes da votação do PL neste prazo.

Ontem (quarta, dia 20) essas questões já ficaram definidas com o setor industrial que esteve presente no encontro em Brasília, completou Luís Henrique, confiante na finalização de uma questão que vem sendo debatida não é de hoje.