
O Primeiro Encontro Família Nação Agro reuniu neste sábado (28), em Bauru (SP), mais de 700 lideranças do agronegócio para celebrar o primeiro ano a temporada inicial do projeto Família Nação Agro, uma parceria entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de São Paulo (Senar-SP) e o Canal Rural.
Também fizeram parte do evento palestras sobre segurança no campo, Selo Arte e comercialização. O fim do encontro foi marcado pela divulgação da “Carta de Bauru”, documento elaborado junto aos produtores ao longo da temporada do Família Nação Agro, e que contém as principais reivindicações do setor.
O presidente da Federação de Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, afirmou em seu discurso que o maior sucesso do projeto foi ter atingido o objetivo de levar aos trabalhadores e produtores rurais as informações que apoiem o constante esforço por mais produtividade, competitividade e sustentabilidade.

De acordo com Meirelles, a parceria possibilitou ainda a criação da Caravana Família Nação Agro, que chegou a 60 municípios paulistas, envolvendo mais de 5.000 produtores, trabalhadores rurais e lideranças do agronegócio. “Com a ampla divulgação do Canal Rural, mais de 3 milhões de pessoas já receberam significativas orientações de aprimoramento do processo produtivo”, disse.

O dirigente ainda lembrou que, com o apoio do Sebrae-SP e do governo do estado de São Paulo, foi possível levar conhecimento técnico aos produtores rurais, para que eles possam agregar valor aos produtos agropecuários, de maneira a garantir rentabilidade e se manter no campo.

Para Julio Cargnino, presidente do Canal Rural, na reta final do projeto Família Nação Agro, o sentimento que prevalece é de orgulho. “Para que esse projeto acontecesse, nós usamos de todos os recursos. Conseguimos reunir uma comunidade de 100 mil pessoas, que agora participam de um processo de integração. Essa já é a comunidade do Nação Agro, uma comunidade em prol do conhecimento”, afirmou.
Palestras
O consultor em segurança da Faesp Gilmar Ogawa participou de um painel sobre segurança no campo durante Encontro Família Nação Agro. ““Ações como essas são relevantes para mobilizar o produtor rural e trazer informações dos órgãos que os representam, como a Faesp e os sindicatos rurais”, disse. Já a auditora fiscal federal do Ministério da Agricultura Claudia Jageneski, que falou sobre alternativas de comercialização e iniciativas empreendedoras para o Selo Arte, destacou que há potencial para o crescimento da renda de pequenos produtores. “Mas é preciso informação para que ele consiga atingir esse desenvolvimento”.
Reconhecimento
Para agradecer o apoio ao projeto, o Família Nação Agro uniu-se ao Sebrae-SP e distribuiu cerca de 60 certificados para todos os presidentes de sindicatos rurais que recepcionaram as caravanas no estado de São Paulo. Além disso, a instituição protocolou um acordo garantindo investimentos em capacitação para os pequenos e médios produtores pelos próximos seis anos.

Carta de Bauru
Um dos momentos mais aguardados durante a solenidade foi leitura e divulgação da “Carta de Bauru”, um documento idealizado pelos organizadores do projeto junto a produtores rurais para expor as principais reivindicações do setor. Agora, o documento será encaminhado ao governador de São Paulo, João Doria, e ao presidente da República, Jair Bolsonaro.
Entre principais pedidos expressos na carta, estão a expansão da infraestrutura de comunicação para acesso à internet no campo, possibilitando capacitação a distância, melhores condições de segurança na área rural e a realização de negócios. Também estão incluídos no texto o pedido de atenção sobre a reavaliação do sistema logístico, especialmente em relação à conservação de estradas vicinais para escoamento da produção; e posicionamento referente ao futuro da rede Ceagesp/Ceasa.
A “Carta de Bauru”, entre outros pontos, também sugere o fortalecimento dos instrumentos de seguro rural e de acesso ao crédito. Também cita a implementação de políticas que possam conferir acesso ao novos mercados, com incentivo à exportação de produtos de maior valor agregado; estabelecimento de planos de trabalho para melhor atuação em acordos internacionais; e a desobrigatoriedade de aplicação de vacina contra febre aftosa, para valorizar os produtos pecuários.
