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Ministra rebate acusação de recorde de agrotóxicos

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Lesa Patria

A ministra da Agricultura Tereza Cristina reforçou que os processos foram melhorados pelos órgãos envolvidos, principalmente pela Anvisa, o que agilizou a análise

Lesa Patria

A ministra Tereza Cristina classificou como “falácia” a polêmica em torno da liberação recorde de agrotóxicos pelo Ministério da Agricultura. Ela reforçou que os processos de análise foram melhorados e agilizados, principalmente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que resultou na autorização de 197 defensivos nos primeiros quatro meses do novo governo.

Tereza Cristina também rebateu a informação de que os registros beneficiam apenas grandes produtores. “Vamos acabar com essa falácia. A maior parte dos produtos são genéricos, de moléculas que já estavam aí há anos e que beneficiam pequenos produtores, as minor crops“, diz.

A senadora Eliziane Gama (PPS-MA) apresentou dados da Fundação Fiocruz e da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo os quais os brasileiros são hoje os maiores consumidores de agrotóxicos no mundo.

— Segundo o levantamento da Fiocruz, cada brasileiro consome por ano, em média, 7,3 litros de agrotóxicos. Isto significa, entre outras consequências, mais casos de câncer e puberdade precoce. Sem falar nas mortes advindas deste consumo. A ONU mostra que 200 mil pessoas morrem por ano por conseqüências dos agrotóxicos. Enquanto a Europa endurece [as regras sobre] o uso destes produtos, o Brasil vem facilitando seus licenciamentos e comercialização. Outro impacto que os agrotóxicos provocam é no meio ambiente, com a contaminação de reservatórios e outras conseqüências graves — registrou.

Teresa Cristina disse conhecer a pesquisa da Fiocruz, e que “discordava totalmente da sua metodologia, números e conclusões”.

— Discordo totalmente destes dados, de que os brasileiros consomem 7,3 litros de veneno por ano. Existe uma desinformação e uma maneira de se calcular. Esta pesquisa foi feita por apenas dois pesquisadores, e a forma de se calcular é errônea, o cálculo está errado. Tecnicamente é impossível o consumo indicado, nossos produtos são analisados e saudáveis. Você acha que tantos países aceitariam nossos produtos se fosse assim? O consumidor brasileiro pode ficar tranquilo, não existe produto comercializado sem as chancelas da Anvisa e ambientais. Tanto isso é verdade que a expectativa de vida do brasileiro não para de aumentar — afirmou a ministra.

Ela ainda acrescentou que a liberação de agrotóxicos cresceu porque “a Anvisa resolveu trabalhar”. Garantiu que as moléculas liberadas são usadas em outros países, mas que a burocracia brasileira vinha emperrando sua utilização por anos, prejudicando a competitividade do agronegócio.

Teresa Cristina também defendeu a aprovação do PL 6299/2002, afirmando que ele vai aumentar a segurança aos consumidores, “muito ao contrário do que querem pregar”. E no que tange às exportações para a Rússia, informou que o país europeu utiliza padrões mais rígidos que os do resto do planeta, e que os problemas com exportadores brasileiros são pontuais.

— Aliás, no momento, as pendengas estão resolvidas. O que ocorrem são barreiras comerciais disfarçadas de rusgas sanitárias — disse.