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O que pode mexer com os preços da soja na próxima semana

O mercado segue de olho na colheita de soja nos Estados Unidos; além disso, o plantio da nova safra brasileira também entra no radar

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As exportações totais do setor apresentaram elevado crescimento no acumulado de janeiro a março de 2022

O mercado da soja passa a voltar suas atenções para a nova safra no Brasil. O foco no mercado brasileiro vai crescer aos poucos enquanto ainda são acompanhados os trabalhos de colheita nos Estados Unidos. A demanda chinesa também será um ponto a ser observado para a próxima semana.

Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

– O mercado da soja gradativamente começa a mudar seu foco para a nova safra brasileira, que começa a ser plantada nos próximos dias. Paralelamente, os players ainda irão acompanhar o clima para os trabalhos de colheita da nova safra norte-americana, que também começam nos próximos dias. Além disso, sinais de demanda chinesa pela soja dos EUA também serão fatores importantes. Fechando o quadro de fatores, os players continuarão digerindo os dados do último relatório mensal do USDA;

– Os trabalhos de plantio da nova safra brasileira de soja estão prestes a começar, e o mercado começa a olhar com atenção para o clima no Brasil. Os estados do Paraná e do Mato Grosso são os primeiros a começarem a plantar. No Paraná, as precipitações recentes têm sido favoráveis para a manutenção da umidade do solo, o que traz um ambiente favorável à semeadura. Já no Mato Grosso, os produtores ainda esperam pela chegada de chuvas para que haja condições favoráveis à semeadura a partir do fim do vazio sanitário (15 de setembro). As próximas duas semanas deverão ser de pouca ou nenhuma umidade sobre o maior estado produtor do país, fato que deve impedir o início do plantio nos próximos dias;

– Com o desenvolvimento das lavouras praticamente finalizado nos EUA, o clima sobre o cinturão produtor perde força como fator a partir de agora. Apesar disso, o mercado ainda deve acompanhar as previsões climáticas para que os trabalhos de colheita ocorram dentro da normalidade. Excessos de umidade podem atrapalhar, mas as previsões não apontam para esse panorama nas próximas semanas;

– O mercado de soja ainda irá digerir o relatório de setembro do USDA, que trouxe números considerados baixistas ao aumentar a produção e os estoques dos EUA da nova temporada. Apesar disso, a Bolsa de Chicago encontrou suporte nas vendas para a China e provável maior apetite chinês para voltar a se aproximar da linha de US$ 13 por bushel na posição novembro/21. O corte na área norte-americana soa um pouco estranho, e o mercado quer entender melhor esta situação. A safra norte-americana está praticamente definida, mas mudanças ainda podem ocorrer na área e nas produtividades estaduais à medida que os trabalhos de colheita avançarem;

– A demanda chinesa por soja continua migrando aos poucos para os portos norte-americanos, a espera da entrada de mais uma safra. Devemos continuar vendo anúncios de vendas de soja dos EUA para a China nas próximas semanas, o que traz certo suporte para Chicago. A ausência destas seria uma surpresa negativa.