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Preços do açúcar subiram em agosto com queimadas intensificando perdas no Brasil

O mercado açúcar foi impactado em agosto pelas preocupações com a safra brasileira, inicialmente diante de uma estiagem prolongada e acentuadas pelas queimadas

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Detalhe é que essa queda ocorreu antes dos eventos de queimadas de São Paulo

As cotações internacionais do açúcar subiram em agosto depois de caírem em julho. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), os contratos com entrega em outubro do açúcar bruto fecharam a sessão do dia 29 de agosto a 19,89 centavos de dólar por libra-peso, ante 18,94 centavos em 31 de julho, uma alta de 5%.

O mercado açúcar foi impactado em agosto pelas preocupações com a safra brasileira, inicialmente diante de uma estiagem prolongada e acentuadas pelas queimadas que se intensificaram em agosto no coração da área canavieira do maior produtor mundial.

O Departamento de Análise de Mercado de Açúcar e Etanol da Consultoria Safras & Mercado, em contato com engenheiros agrônomos e usinas do interior de São Paulo, elaborou uma estimativa preliminar, apontando as perdas para a safra 2024/25 de cana-de-açúcar poderão chegar a 5 milhões de toneladas.

“As queimadas estão influenciando o comportamento do mercado futuro de açúcar, pois intensificam os riscos de atraso nas exportações, além de potencialmente diminuírem a produção”, disse o analista Maurício Muruci

Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), a moagem de cana e a produção de açúcar no Centro-Sul caíram 15% na primeira quinzena de agosto em as duas últimas semanas de julho.

“O grande detalhe é que essa queda ocorreu antes dos eventos de queimadas de São Paulo. Assim, os próximos relatórios quinzenais da Unica deverão trazer quedas ainda mais expressivas sobre a moagem de cana e produção de açúcar, tanto pelos efeitos das queimadas quanto sobre a sazonalidade da safra que tende a naturalmente se distanciar do ápice produtivo. Logo a pressão fundamental de alta sobre os preços do açúcar bruto em Nova York com base na quebra da safra corrente do Centro-Sul será acentuadamente elevada ao longo não apenas das próximas semanas, mas também sobre os próximos meses. A expectativa da SAFRAS & Mercado é que a segunda tela (março/25) consolide o nível dos 21,50 centavos ao longo da primeira metade de setembro e consolide a marca dos 22,50 centavos na segunda quinzena”, salientou Muruci.