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Profº Antonio Tubelis é referência no combate à praga ‘amarelinho’ na citricultura

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Prof tubelisdeusa

Prof tubelisdeusaCom o surgimento do “Greening” em pomares de laranja do Estado de São Paulo, ele passou a estudar a difusão dessa doença

O engenheiro agrônomo Antonio Tubelis, professor aposentado da UNESP, foi condecorado pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP) na modalidade “Defesa Agropecuária”, por ter contribuído significativamente para o. O evento, realizado no dia 2 de maio no Centro de Convenções do Centro Cana, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em Ribeirão Preto, tem por propósito homenagear engenheiros agrônomos que contribuíram substancialmente para o agronegócio do Brasil.

Antonio Tubelis graduou-se em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, daUSP, na Turma de 1963, em Diversificação de Engenharia Rural. Sua trajetória profissional começou em 1965 no 5º Distrito de Meteorologia, do Serviço de Meteorologia do Ministério da Agricultura, em Belo Horizonte, MG, como pesquisador científico. As atividades de pesquisa foram desenvolvidas junto à Universidade Rural do Estado de Minas Gerais, em Viçosa, MG.

Em 1966 foi contratado como docente junto ao Departamento de Física, da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, em Botucatu. Inicialmente se dedicou ao estudo, ensino e à pesquisa científica em Meteorologia e Climatologia Agrícolas, tendo publicado em 1980 o livro intitulado “Meteorologia Descritiva, fundamentos e aplicações brasileiras”.

Quando da criação da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, em 1976, passou a fazer parte do corpo docente da Faculdade de Ciências Agronômicas – FCA, em Botucatu, SP.

Associou-se com o engenheiro agrônomo Ary Apparecido Salibe, Professor Titular de Horticultura da FCA/UNESP, em 1984, para desenvolver atividades de pesquisa científica em Citricultura.

Em 1990, tomou parte na Força Tarefa, que contou com a participação de todos os pesquisadores de Citricultura do Estado de São Paulo. Ela tinha como objetivo identificar a provável causa de uma nova anomalia em plantas cítricas, o “Amarelinho”. A anomalia havia surgido em 1987 no município de Macaubal, SP. O evento foi realizado nos dias 03 e 04 de janeiro de 1990, na Região de Bebedouro. Na oportunidade foram inspecionados pomares, na Fazenda Ponte Nova e na Fazenda São Jorge, respectivamente, nos município de Macaubal e Colina. Durante as inspeções, vislumbrou a possibilidade de fazer uma significativa contribuição para a Citricultura nacional, e decidiu desenvolver estudos sobre a anormalidade.

Em 1992, o FUNDECITRUS procedeu ao primeiro levantamento da presença do “Amarelinho” – CVC em propriedades citrícolas no Estado de São Paulo. De posse dos dados, analisou-os e editou o primeiro Mapa da “Presença da Clorose Variegada dos Citros em Propriedades Citrícolas no Estado de São Paulo, Brasil, em 1992”. O Mapa foi entregue em 1993 ao FUNDECITRUS e, posteriormente, publicado no Informativo COOPERCITRUS nº 90, em 1994. Ele foi amplamente divulgado pela engenheira agrônoma, Dra. Maria Júlia Gobbo Beretta, em suas palestras sobre ”Amarelinho” no Brasil e no exterior.

Em parceria com o engenheiro agrônomo Ary Apparecido Salibe, e também com a engenheira agrônoma Heloisa Sabino Prates, da Coordenadoria de Assistência Técnica Integra – CATI, da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, desenvolveu estudos sobre a difusão da anomalia “Amarelinho” dos citros nos Estados de São Paulo, Bahia, Sergipe, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Distrito Federal, e na república da Argentina.

Paralelamente, desenvolveu atividades de pesquisa científica associando o uso de insumos agrícolas com a incidência do “Amarelinho”. Os resultados desses estudos revelaram que alguns insumos agrícolas induziam o surgimento do “Amarelinho” em pomares de laranja. Esses resultados foram obtidos em Botucatu, em 1996. 

Em 2003 instalou uma área demonstrativa-experimental em pomar comercial na Fazenda Santa Irene, em Bebedouro, SP, de propriedade da Fundação Abílio Alves Marques. Os resultados dessa área demonstrativa foram publicados em livro intitulado “Recuperação e Renovação de Pomar de Laranja com “Amarelinho””, editado em 2006.

Outra significativa contribuição que deu para a Citricultura do Brasil decorre de seu envolvimento com a doença Tristeza dos Citros. Em 1987, o Grupo Votorantim decidiu diversificar suas atividades no Setor do Agronegócio, através da produção de suco concentrado e congelado de laranja. Contudo, suas propriedades agrícolas se localizavam na Região de Itapetininga, SP, onde ocorria uma doença muito grave, a Tristeza dos Citros, variante Capão Bonito. Em conseqüência deste fato, era proibida a produção de mudas cítricas nessa região. Para contornar esta situação, os pomares da Citrovita Agrícola, do Grupo Votorantim, começaram a ser feitos com mudas produzidas na Região Nobre da Citricultura Paulista, situada à direita do Rio Tietê, que era livre da terrível doença. Contudo, nessa região, começou a se difundir uma nova anomalia, o “Amarelinho” dos Citros, de causa desconhecida.

Para evitar que a anomalia “Amarelinho” dos Citros fosse introduzida na Região de Itapetininga, ele organizou uma Mesa Redonda sobre a “Situação da Produção de Mudas Cítricas nas Regiões de Botucatu e Itapetininga”. O evento ocorreu na Faculdade de Ciências Agronômicas/UNESP, em Botucatu, SP, em 16 de maio de 1994. Participaram do evento os engenheiros agrônomos Carlos Gomes dos Santos Cortes e Luiz Carlos Lopes, representando a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI, Nivaldo Guirado e

Jorgino Pompeu Junior, representando o Instituto Agronômico de Campinas, Ary Apparecido Salibe, representando a UNESP e Milton Flávio Moura, representando o Grupo Votorantim. Nessa Mesa Redonda ficou estabelecido que era viável a produção de mudas de citros livres da Tristeza dos Citros, variante Capão Bonito, na Região de Itapetininga, através do uso de estufas teladas. Essa prática já era utilizada em outros países para produção de mudas livres de doenças intracelulares. Logo após essa Mesa Redonda, a

Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo normatizou a produção de mudas cítricas em estufas teladas para a Região de Itapetininga. Em conseqüência dessa norma, o Grupo Votorantim passou a produzir as suas próprias mudas na Região.

A idéia de produzir mudas cítricas em telados se difundiu, e passou a ser preconizada para o controle do “Amarelinho” dos Citros. O Decreto Estadual nº 45, de 30 de novembro de 2.000, oficializou a Produção de Mudas Cítricas em Ambiente Telado, no Estado de São Paulo. Ficava proibida a produção de mudas cítricas de torrão a céu aberto. Atualmente todas as mudas cítricas produzidas no Brasil são feitas em estufas teladas.

Quando em 1987 o Grupo Votorantim decidiu diversificar suas atividades no Setor do Agronegócio, através da produção de suco concentrado e congelado de laranja, a produtividade dos pomares no Estado de São Paulo era muito baixa. Em conseqüência deste fato, o Grupo Votorantim buscou as Universidades para encontrar uma solução para o problema. A solução foi indicada pelos engenheiros agrônomos Otto Jesu Crocomo, Professor Titular de Bioquímica Vegetal, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo, e Ary Apparecido Salibe, Professor Titular de Horticultura, na Faculdade de Ciências Agronômicas, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.

A solução proposta foi criar um Banco de Super-Plantas Matrizes de Citros, semelhante ao que já existia em países que apresentavam pomares de laranja com alta produtividade. A Super-Planta Matriz deveria apresentar alto potencial de produção, ser livre de doenças intracelulares e produzir frutos com alta qualidade industrial.

O Grupo Votorantim decidiu investir na solução indicada pelos referidos professores. Em conseqüência deste fato, foi formalizado um Projeto de Inovação Tecnológica do tipo Universidade–Empresa, intitulado “Melhoramento e Novas Tecnologias em Citros, I. Biotecnologia”. O projeto envolvia as seguintes etapas: 1) Localizar plantas cítricas com alta produtividade; 2) selecionar e coletar as melhores gemas das plantas de alta produtividade; 3) Identificar as doenças intracelulares existentes no material vegetativo coletado; 4) Eliminar, por processo de biotecnologia “in vitro”, as doenças existentes no material coletado; 5) comprovar a eliminação das doenças intracelulares no material vegetativo micro-propagado; 6) Criar um Banco de Germoplasma de Citros livre de vírus e de viróides; 7) Criar um Banco do Complexo do Vírus da Tristeza dos Citros; 8) Selecionar o complexo do Vírus da Tristeza dos Citros mais adequado para a laranja ‘Pêra’; 9) Produzir Super-Plantas Matrizes de Citros; 10) Formar um Banco de Super-Plantas Matrizes de Citros; 11) Transferir o Banco de Super-Plantas Matrizes de Citros para o Grupo VOTORANTIM; 12) Dar continuidade ao melhoramento das Super-Plantas Matrizes de Citros através da introdução de novas tecnologias.

A parceria entre o Grupo Votorantim e a USP + UNESP foi firmada em 21 de agosto de 1987 e iniciada em 01 de setembro de 1989. O engenheiro agrônomo António Tubelis participou da equipe técnica do projeto.

O Projeto “Melhoramento e Novas Tecnologias em Citros” foi tendo andamento e, na manhã do dia 10 de abril de 1992, ele documentou a produção do primeiro exemplar de Super-Planta Matriz de Laranjeira ‘Pera’, produzido no Brasil, pelo engenheiro agrônomo Ary Apparecido Salibe. A primeira Super- Planta Matriz de Citros produzida no Brasil foi oficialmente entregue ao Presidente da CITROVITA Agrícola, engenheiro florestal Ricardo Ermírio de Moraes, em solenidade realizada na FCA/UNESP em 29 de abril de 1992, em Botucatu, SP.

Contudo, para a produção da primeira Super-Planta, houve necessidade de se formar um Banco de Complexos de Vírus da Tristeza dos Citros. Os Complexos de Vírus foram classificados pela severidade de dano que causava nas laranjeiras. O complexo menos danoso foi isolado e usado para premunizar as Super-Plantas Cítricas.

O Projeto teve continuidade e gradativamente foram sendo produzidas novas Super-Plantas Matrizes que eram introduzidas no Banco de Germoplasma de Citros do projeto. Gradativamente o Banco de Germoplasma produzido na FCA/UNESP era transferido para o Banco de Germoplasma de Citros da CITROVITA Agrícola, em Itapetininga.

O Banco de Germoplasma de Super-Plantas foi formado com clones selecionados de laranjeiras de maturação precoce, de meia estação e tardia, para produção de frutos com elevada qualidade industrial. A tecnologia empregada na produção da primeira Super-Planta Matriz de Citros foi amplamente divulgada nas Semanas de Citricultura, no Centro de Citricultura “Sylvio Moreira”, em Cordeirópolis, SP, e em Congressos Científicos de Fruticultura e de Biotecnologia, no Brasil e no exterior.

A tecnologia de produção de Super-Plantas Matrizes de Citros foi absorvida por instituições de pesquisa científica. Atualmente, tanto a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária possuem seus próprios Bancos de Germoplasma de Citros, livres de parasitas intracelulares.

A partir do ano 2.000, todas as mudas cítricas produzidas no Brasil são feitas seguindo essa tecnologia. Em conseqüência deste fato, toda a Citricultura nacional foi replantada com mudas produzidas empregando essa tecnologia.

Com o surgimento da anomalia “Greening” em pomares de laranja do Estado de São Paulo, em 2004, ele passou a estudar a difusão dessa doença. Os estudos foram desenvolvidos durante três anos, em pomares comerciais, em diferentes regiões citrícolas do Estado de São Paulo. Ao término desses estudos, publicou o livro intitulado ““Greening” dos Citros, Prevenção e Controle”, editado em 2009.

O engenheiro agrônomo António Tubélis é muito orgulhoso por ter contribuído significativamente para a Citricultura nacional, pelo fato de ter contribuído para:

1) a liberação da produção de mudas cítricas em estufas, com tela anti-afídios, na Região de Capão Bonito, SP;

2) a produção de mudas cítricas em estufa na Região de Itapetininga, SP;

3) o ressurgimento da Citricultura na Região de Itapetininga, que se tornou o terceiro pólo citrícola do Estado de São Paulo;

4) induzir a produção de mudas cítricas em estufa , com tela anti-afídios, no Estado de São Paulo;

5) ter induzido a substituição de mudas de torrão produzidas a céu aberto, por mudas produzidas em estufas, para o plantio de pomares de citros;

6) a produção da primeira Super-Planta Matriz de Citros, livre de parasitos intracelulares, no Brasil em 1992;

7) a produção do primeiro Banco de Germoplasma de Super-Plantas Matrizes de Citros, no Brasil;

8) a melhoria na sanidade de pomares de citros no Brasil, que contribuiu para o aumento de suas produtividades ; 9) esclarecer como

se deu a difusão da anomalia “Amarelinho” nos pomares de citros do Brasil e como se faz o seu controle;

10) esclareceu como se deu a difusão da anomalia “Greening” dos Citros no Estado de São Paulo e como se faz o seu controle.