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Santa Adélia conduz experimentos para encontrar variedades de cana mais responsivas à irrigação

Alguns materiais entregaram médias de 168,4 TCH no primeiro corte na modalidade de gotejamento

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Os números apresentados evidenciam o impacto da irrigação

Para garantir o sucesso do plano de irrigação, a Santa Adélia iniciou um profundo trabalho de avaliação genética para selecionar variedades mais produtivas, responsivas e adaptadas ao manejo irrigado. Equipes percorreram unidades em diferentes regiões, estudaram geometrias de plantio, instalaram viveiros e testaram dezenas de materiais em condições reais de campo, conduzindo plantios comerciais como verdadeiros experimentos. Os resultados desse esforço foram detalhados pelo gerente agrícola Sandro Rogério de Souza durante o Encontro Técnico “Irrigação em cana-de-açúcar e seus desafios: variedades responsivas, produtividade e colheitabilidade”, realizado em setembro de 2025 pelo Grupo de Irrigação e Fertirrigação de Cana-de-açúcar (GIFC).

Os números apresentados evidenciam o impacto da irrigação. Sob as mesmas janelas de plantio (janeiro/fevereiro) e colheita (julho/agosto), áreas de sequeiro alcançaram 92,8 toneladas por hectare (TCH), 137,1 kg/ATR e 12,8 toneladas de açúcar por hectare (TAH). Já os canaviais irrigados por gotejamento atingiram médias de 168,4 TCH, 133,3 kg/ATR e 22,45 TAH no primeiro corte. No segundo corte, o contraste cresceu: 130,8 TCH contra 78,6 TCH e 17,84 TAH contra 10,8 TAH.

CTC 9001 BT, CTC 9001, IACCTC078008 e IACSP95-5094 se destacaram entre as variedades testadas, com produtividades que chegaram a 200 TCH. Outras, como RB975201, RB985476, RB966928, CTC 9003 e CTC 9004, demonstraram forte potencial para compor futuros plantios.

INTENÇÃO DE PLANTIO 2026

Intenção de plantio no ano que vem

Souza ressaltou que algumas variedades promissoras foram temporariamente descartadas devido a problemas fitossanitários, como ataques de estria vermelha e podridão de toco. “Lembrando que a seleção precisa considerar não apenas produtividade, mas longevidade, já que o planejamento econômico da usina prevê ciclos de até 11 cortes.”

O estudo também revelou diferenças importantes no aproveitamento hídrico das plantas: enquanto determinadas variedades necessitam de cerca de 10 mil litros de água para produzir uma tonelada de cana, outras demandam até 16 mil. Essa informação, considerada estratégica, passou a orientar decisões de plantio e deve influenciar de forma decisiva a evolução do projeto.

Por fim, Souza enfatizou que a meta de atingir 60% da área irrigada até 2031 representa uma trajetória longa, porém definitiva. O objetivo, afirmou, vai além do incremento produtivo: trata-se de assegurar a continuidade da produção em uma região de desafios climáticos crescentes, transformando limitações em oportunidades tecnológicas. “A missão agora é seguir ajustando variedades, manejos e cronogramas, ampliando nossa base irrigada ano após ano”, concluiu. (Informações CanaOnLine)