De acordo com gestor executivo da entidade, o custo da produção de cana fica mais barato quando o produtor atua em todas as etapas; análise levou em conta resultados em 42 cidades
Os custos de produção devem estar na ponta do lápis
Como o campo corresponde à maior parcela de gastos das usinas de açúcar e etanol, voltar os olhos para como os produtores de cana-de-açúcar utilizam seus recursos demonstra que o setor está se preocupando com a gestão de despesas – afinal, se o canavieiro não tem seus custos na ponta do lápis, ele pode comprometer a rentabilidade de sua atividade.
Porém, o gestor executivo da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana), Celso Albano de Carvalho, percebeu que o produtor de cana nem sempre tem pleno controle dos seus custos de produção.
“Os maiores têm mais visão empresarial. Mas, de maneira geral, o produtor de cana passou a ter o controle da produtividade mais pela própria usina para onde entrega a cana do que por ele mesmo”, explica o profissional, que já trabalhou com a análise de custos de outras culturas como café, leite e soja.
Sua fala está em consonância com o relatório de fechamento dos custos de produção de cana-de-açúcar de produtores da safra 2017/2018. O estudo se deu a partir do mapeamento de 42 cidades produtoras de cana-de-açúcar em seis estados do Centro-Sul, que correspondem a 88% da produção canavieira.
A pesquisa mensurou os custos por estágio de produção, incluindo formação do canavial, preparo do solo, plantio, mudas, trato da cana planta, trato da cana soca, colheita e despesas administrativas. Também incluiu mão-de-obra, maquinário e insumos.
Araporã (MG) é a cidade com o custo de produção mais alto para formação do canavial segundo o estudo: R$ 9.083 por hectare plantado. O indicador inclui os estágios de preparo de solo, plantio (com muda) e tratos culturais de cana planta. Já o valor mais baixo foi de R$ 5.395/ha, registrado na cidade de Cianorte (PR).