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Transição Energética: inaugurada segunda planta 100% de biogás no oeste de São Paulo

A unidade da Cocal de Paraguaçu Paulista utiliza a vinhaça e a torta de filtro, resíduos nobres da cana-de-açúcar, na produção do biogás, além de esterco animal de uma granja da região.

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São Paulo comprova com os números consolidados e ações destinadas a um futuro sustentável

O Governo do Estado participou, neste sábado (27), do início da operação da planta 100% de biometano da usina Cocal, no município de Paraguaçu Paulista, interior de São Paulo. A nova estrutura terá capacidade para produzir até 60 mil metros cúbicos de biocombustível, por dia.

A inauguração contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do secretário executivo de Agricultura e Abastecimento (SAA), Alberto Amorim, do deputado federal, Arnaldo Jardim, do deputado estadual, Mário Bragato, do secretário de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab e do prefeito de Paraguaçu Paulista, Antian Sasada.

A unidade da Cocal de Paraguaçu Paulista utiliza a vinhaça e a torta de filtro, resíduos nobres da cana-de-açúcar, na produção do biogás, além de esterco animal de uma granja da região.

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento tem contribuído com ações que incentivam a utilização do biometano como fonte renovável. Além disso, a transição energética no estado foi reforçada pela parceria com a SEMIL e CETESB, que em 2024, estabeleceu o procedimento de licenciamento ambiental para as plantas de produção de biocombustíveis do setor sucroenergético.

Para o secretário executivo da SAA, Alberto Amorim, o estado de São Paulo comprova com os números consolidados e ações destinadas a um futuro sustentável, tornando-se assim uma referência estadual, nacional e mundial.

“Estamos abrindo, hoje, um novo livro na corrida energética do Estado, do País e do mundo. São Paulo ocupa 3% da superfície do Brasil, mas é muito mais do que isso. Temos um modelo de eficiência, de eficácia, de gestão de mudança, de inovação. E com a liderança que nós temos no governador Tarcísio de Freitas, isso cada vez mais aparece aos olhos do mundo”, afirmou Alberto Amorim.

De acordo com o membro do conselho de acionistas da Cocal, Carlos Ubiratan Garms, a nova planta de biogás representa o desenvolvimento do oeste paulista. “Esse projeto significa a geração de empregos e a expansão do biometano na matriz energética das empresas e indústrias da região, ou seja, uma diminuição no consumo de combustíveis fósseis em São Paulo. Com nossas duas plantas em atividade, nossa região se torna uma das principais produtoras de biometano do mundo”, ressaltou Ubiratan.

A distribuição do biometano produzido na planta será feita via GNC (gás comprimido em cilindros transportados por meio de caminhões). Dessa forma, qualquer cliente industrial ou comercial, independente da região, que esteja interessado no gás renovável será atendido. O objetivo da empresa, a longo prazo, é utilizar somente o biometano como combustível nesses caminhões em substituição ao diesel. Um ciclo completo que garante, praticamente, zero emissões de gases poluentes desde a produção do biometano até a entrega final ao cliente.

PRÉ-SAL CAIPIRA

Com aproximadamente 5.5 milhões de hectares destinados à cultura da cana-de-açúcar, o estado de São Paulo se destaca como o maior produtor do país da cultura, sendo responsável por grande parte da produção nacional. O biogás é produzido a partir de resíduos da cana-de-açúcar, como bagaço, palha, vinhaça e torta de filtro. Posteriormente, esse biogás pode ser purificado para gerar biometano, que será distribuído em Presidente Prudente.

O setor é historicamente reconhecido por sua importância estratégica, principalmente durante a Crise do Petróleo, nos anos de 1970, quando o etanol de cana-de-açúcar diminuiu a dependência brasileira do petróleo importado, impulsionando como alternativa.

GÁS BIOMETANO

O gás biometano é um biocombustível que resulta da purificação do biogás, o qual é gerado pela decomposição de matéria orgânica. Após esse processo, ele adquire composição e propriedades similares às do gás natural.

Estudos da Fiesp e do Governo de SP de 2024 indicam que a ampliação da produção de biometano tem potencial para criar até 20 mil empregos e contribuir para uma redução de até 16% nas emissões previstas pelas metas climáticas estaduais. A projeção é que a produção possa aumentar de 0,4 milhão para 6,4 milhões de m³/dia, cobrindo assim 40% da demanda de gás natural.