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Araraquara: com partidos em decadência a opção é a formação dos grupos

Por Ivan Roberto Peroni

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Politicamente, tudo parece estranho na transformação da nossa sociedade. Araraquara vive momentos de polarização entre esquerda e direita, só que representadas por grupos e não partidos. Já foi o tempo em que, PSDB e MDB, dividiam o poder de mando sobre o colégio eleitoral e, a agora, à distância vemos que eles inexistem praticamente.

Tanto um quanto o outro são movidos neste exato instante por interesses que individualizam as pessoas e vinculam vantagens nos seus atos, sem no entanto estabelecerem política coletiva, bem ao contrário do que víamos no passado, quando tínhamos a essência da política partidária. Atualmente, partidos pequenos, ainda que tenham feito representantes na Câmara nas últimas eleições não seguem doutrinas e muito menos ideologias. É um Deus nos acuda.

Montada uma típica salada franciscana os políticos se formam em pequenos grupos; neles estão contidos um ou dois do partido tal que se juntam com outros dois ou três de partido desigual. Não é política partidária, é formação de grupos isolados, como se fossem camelos em busca de água no deserto.

Grupos assim têm metas, mas não são organizados para alcançá-las; assim, tal como os partidos que se sentem enfraquecidos pela falta de união dos próprios membros, são também os grupos, dos quais estamos falando que dão tiros para todos os lados. De forma mais clara, assim tem sido com PSDB e MDB que perderam o respeito e a admiração política; o desencanto é muito natural. Há uma fragilidade deles na interação com a população. O eleitor deixou de acreditar tanto num quanto no outro.

Suas lideranças ainda que nomes respeitados não conseguem sensibilizar jovens eleitores de 16 a 30 anos; população eleitoral de 30 a 50 anos tem suas dúvidas sobre o comportamento de uns e outros. Quem tem 60 anos vive apenas história, para contar sobre o desencanto que carregam dentro da vida política da cidade. Os de 70 a 80 se já não morreram, não precisam mais votar. Então, são partidos que não têm nomes representativos e nem votos. São lembranças.

Logo, vemos que são partidos capengas, desculpem o termo mas é a realidade. O próprio PT é o caminho do naufrágio: seus militantes sabem disso se não ocorrer mudança de postura e deixar de viver às custas do prefeito Edinho, que também não será eterno, como eu não sou dentro do jornalismo. Outros partidos em torno dos quais imaginávamos ter esperanças de um mundo melhor, agora observam o que nos deram de presente: um presidente que só faz lambança.

E quando digo que não temos alinhamento ideológico é porque não há tanta ideologia diferente capaz de suprir a deficiência comportamental do político; logo vem a miscelânea – quer dizer a mistura – feita sem normas, sem regras.

*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro  da ABI, Associação Brasileira de Imprensa

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR