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A crítica fase do futebol brasileiro

Por Adilson João Tellaroli

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Parte da torcida corinthiana não suportou mais uma derrota no Campeonato Brasileiro e ameaçou os jogadores na chegada do Rio de Janeiro, no último domingo. Na sua paixão, o torcedor muitas vêzes esquece que as coisas não andam exatamente como deveriam. O caso corinthiano não é único, mas salários atrasados, em outros tempos nunca foram uma constante no clube.

O Santos tem passado pelo mesmo problema e o clube também viveu maus momentos no campeonato.  Repito que na sua paixão e anseio por resultados, o torcedor nem sempre raciocina. Justificar que os atletas ganham muito, é uma verdade se comparado com a faixa salarial do brasileiro comum, mas não adianta ganhar sem receber, até porque o atraso de meses nos salários, não pode ter como culpadas apenas a pandemia e a paralização do futebol.

Nos clubes menores, o problema existe há muito tempo e parte dele está inserido em más administrações. Como se não bastasse, os treinadores de futebol continuam como antes da pandemia.

O técnico é o primeiro a pagar o pato, mesmo que os dirigentes também errem na mesma proporção, principalmente porque no futebol brasileiro da atualidade, o elenco muitas vezes é formado na base dos acertos entre clube e empresários e o técnico nem sempre tem sua palavra avaliada na venda ou contratação de jogadores.

Exemplo recente e claro: Dorival Junior ficou três jogos afastado do trabalho no Athletico por causa do Covid e quando voltou, o time perdeu de novo. Foi o bastante para ser dispensado mesmo sem orientar a equipe ou sentar no banco nas derrotas anteriores. “É preciso achar sempre um culpado, desde que não seja eu!”

Enfim, aos trancos e barrancos, vai vivendo o nosso futebol profissional, com jogos medíocres tecnicamente falando, com erros de fundamento que saltam os olhos em cada partida. Dia desses, vimos um festival de pênaltis perdidos!

Culpa dos treinadores que não ousam, mas também da má qualidade técnica da grande maioria dos atuais profissionais e principalmente da crise orçamentária e diretiva, tanto nos clubes como nas entidades. Reitero o que disse em comentário anterior. A continuar como está, veremos a próxima Copa do Mundo por um binóculo!

*Adilson João Tellaroli – conhecido como “bola branca”, é jornalista esportivo e faz parte do Portal RCIA

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR