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A diferença entre a Mulher da Praça e a Moradia da Unesp

Por Ivan Roberto Peroni

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A visita feita por profissionais da Saúde no sábado (13) ao condomínio que abriga estudantes da Unesp, no Jardim Califórnia, região do Morumbi em Araraquara, serviu para abrir os olhos das autoridades sobre residentes legais e ilegais naquele local. É evidente que se trata de um lugar destinado a abrigar estudantes da Unesp, contudo, hoje em dia não residem no local apenas jovens que estudam na universidade, uma das mais tradicionais do país.

Assim, há legais e ilegais no lugar. Legais, são os que estudam, cumprem normas; ilegais, são alunos repetentes, problemáticos, faltosos às aulas, não cumprem com seus deveres e desrespeitam regras atribuídas pela Unesp. Ilegais, também porque não passaram pelos critérios de seleção para residirem no lugar e consequentemente os bons convivem com aqueles que têm comportamento inadequado.

Se é este o ambiente supostamente equivocado, é extremamente importante e necessário que a direção da Unesp se mantenha atenta ao cumprimento da ordem, pois se há algo errado, logo a correção terá que acontecer, pois está em jogo o nome da universidade, que dentro da nossa ótica – sendo uma escola, deve em todos os momentos zelar pelo interesse dos que querem estudar, ainda que sendo estes, alunos sem condições financeiras.

Ora, nem a vizinhança existente em um bairro de nível médio/alto e nem os alunos realmente pré-selecionados e com direito absoluto de residirem na casa e no bairro, são obrigados a terem uma convivência que não seja saudável. Com todo respeito é preciso que exista bom senso, pois vejam a declaração da nossa secretária municipal de Saúde, Eliana Honain à imprensa.

“A secretária municipal de saúde, Eliana Honain, afirma que os últimos dois casos foram confirmados no domingo (14) e que a Vigilância de Araraquara está fazendo a sua parte, através do acompanhamento dos estudantes. Entretanto, o trabalho na moradia é mais difícil, já que possui as suas próprias regras. É muito difícil a situação mas estamos acompanhando, eles tem uma gestão própria e não aceitam a vigilância. Estamos fazendo uma intermediação, atuando em conjunto. Onde eram pra morar 2, moram em 5, estão tudo irregular. Estamos fazendo o controle e a Unesp ficou de testar todos eles”, enfatiza Honain.

Está correta a secretária em mostrar este cenário, pois se o município tem essa convicção e se esse condomínio de estudantes da Unesp não aceita a vigilância pois neste caso aqui trata-se de uma questão de Saúde Pública, não faz sentido a Guarda Municipal retirar uma mulher que estava sozinha no banco da praça e permitir que um quarto para dois estudantes seja ocupado por cinco. Vem a pergunta: a lei serve só para a mulher que foi retirada a força da praça, mas não serve para cinco que moram num único quarto, levando riscos eminentes de contaminação à toda população.

Lamentamos que, além de ser um peso e duas medidas, a Unesp fecha os olhos para um problema que é mais sério do que a comunidade pode ou possa imaginar.

*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro  da ABI, Associação Brasileira de Imprensa

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR