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A saga do asfalto araraquarense e seu “efeito onça”

Por Wagner Tadeu Silva Prado

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Na campanha à Prefeitura, em 2020, a população araraquarense deparou-se com uma série frenética de obras, todas de cunho eleitoral e eleitoreiro, coisa de ocasião feita sem gestão e planejamento. A obra de maior visibilidade foi o recapeamento asfáltico de inúmeras ruas da cidade sem necessidade alguma, mas apareciam aos olhos do eleitor. Ruas que precisavam de reparos foram esquecidas, porque não davam retorno em votos.

O que o candidato-prefeito fez foi recapear locais em que o volume de tráfego é mais intenso, por onde circulam mais pessoas, o que lhe garantia a vitrine de “realizador”. Afinal, onde a obra aparece mais: na Via Expressa, na Av. Bento de Abreu, na Alameda Paulista, na Av. Luiz Alberto, na Rua Castro Alves e tantas outras artérias importantes da cidade ou nos locais mais distantes e de pouco movimento? Por óbvio, recapear onde passa mais gente! Esta é a decisão normalmente tomada por políticos que querem apenas aparentar ser bons gestores sem se importar com critérios técnicos da gestão pela excelência.

E o que vimos com tais decisões inoportunas e politiqueiras? Em alguns lugares da cidade, a camada de asfalto ficou praticamente na mesma altura da guia da calçada, como pode ser notado nas fotos publicadas na época. Se dividir a espessura usada por três, daria para ter recapeado outros dois trechos da cidade. Além disso, outro problema são as tampas das galerias de esgoto, que ficaram abaixo do nível do asfalto, e nas esquinas onde o motorista precisa passar com muita cautela sob risco de danificar seu veículo.

Por outro lado, naquelas vias mais distantes da área central, cujo volume de tráfego é menor, continuam as enormes crateras ainda abertas, ou sofrem com o chamado “efeito onça”, uma rua toda manchada pela operação tapa-buraco que faz mesmo lembrar uma pele de onça, como pode ser observado em fotos.

O pior disso tudo é que o futuro gestor (e tomara que seja mais técnico e menos politiqueiro) terá que gastar muito mais dinheiro. Primeiro pelo fato de que não será mais possível fazer recapeamento sobre recapeamento, pois a altura já está além do limite. Segundo, haverá a necessidade de contratar maquinário pesado para retirar as inúmeras camadas asfálticas existentes sobre os antigos paralelepípedos do início da existência da cidade. Ou seja, o metro quadrado do asfalto ficará muito mais caro do que um simples recapeamento. E quem pagará mais uma vez essa alta conta? Nós, contribuintes.

Nós, araraquarenses, estamos cansados da velha política e da má gestão pública.

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(*) Wagner Tadeu Silva Prado é Coronel da Reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo, mestre e doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, bacharel em Direito e foi candidato a vice-prefeito do Dr. Lapena nas eleições de 2020pelo Partido Podemos.

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR