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Ajude-nos a compreender o silêncio de Bolsonaro.

Por Ivan Roberto Peroni

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Em Araraquara nesta semana houve através das redes sociais manifestação de apoio e também de contrariedade à decisão do presidente Jair Bolsonaro se desculpar pelas críticas que vinha fazendo ao Supremo Tribunal Federal. As ponderações foram feitas através dos próprios seguidores de Bolsonaro, a quem ao longo do tempo, grande parte tem chamado de mito.

A partir da exposição destas desculpas mediadas pelo ex-presidente Michel Temer, ponderado pela postura diplomática que sempre teve, é verdade que Bolsonaro – até por uma questão natural de ser humano se retraiu – e voltam à cena política alguns nomes polêmicos, um deles do ministro do STF, Gilmar Mendes.

É dele então a frase dita em meio a efervescente crise desta semana, em que nós araraquarenses também podemos palpitar por conta de 70 mil votos dados a Bolsonaro nas últimas eleições: “É preciso acreditar na boa fé de Jair Bolsonaro”.

A declaração do ministro aponta que risco de impeachment foi minimizado após a carta redigida por Temer, no momento em que estávamos vivendo um quadro crescente de crise. Entendemos a frase de Gilmar Mendes “é preciso acreditar na boa fé de Jair Bolsonaro” como o mais apropriado dos medicamentos para acalmar a situação intempestiva criada nesta fase da política brasileira.

O recuo de Bolsonaro se para muitos tem gesto de nobreza para evitar o caos, situação pior do que esta que estamos vivendo, a mim faz lembrar provérbio chinês em que o neto pergunta ao avô, um capitão: O que a gente faz quando o inimigo ataca? A gente recua, respondeu. Nova pergunta – e quando o inimigo recua? A gente ataca, completou o sábio capitão. Assim, não é de todo mal recuar para se ganhar força e chegar ao topo da montanha.

Crer na boa fé de Bolsonaro em meio a este seu período de reflexão é necessário e como cidadão que busca o bem estar de todos e do país, é evidente que encontrar os melhores caminhos é a intenção ou sua boa fé. Se num deles houve falha e o Brasil continuará a ser como antes, há em todos nós a esperança da economia ser retomada com a geração de empregos, pois há a boa vontade do empresariado ajudar. Este seria o outro caminho.

No condicional, “se” politicamente este é o país que devemos aceitar não há como fugir do mando dos poderes e das regras que cada um deles impõe. No caso de Bolsonaro, um deles fala mais alto. Também cremos na sua boa fé, tanto que teve o nosso voto. Só não podemos precisar o tempo de validade do seu silêncio, pois existem contas a serem prestadas ao seu eleitorado.

*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro  da ABI, Associação Brasileira de Imprensa

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR