A água anda fervendo por todos os cantos desta nossa cidade, politicamente falando. A um ano e meio das eleições tanto a esquerda quanto a direita nestes últimos dias subiram ao ringue e lutam com unhas e dentes pelo espaço que pretendem tomar. Enquanto isso o eleitor está bem mais preocupado em sobreviver em meio caos da economia e a balburdia que acontece em Brasília.
Vamos aos fatos pitorescos que aconteceram nesses últimos dias em Araraquara, diante da guerra de passeatas e atos exaltando suas ideologias.
Durante a concentração da greve geral na Praça Santa Cruz, no último dia 14 de junho, sindicalistas e estudantes da UNESP entraram em conflito sobre o percurso a ser seguido durante a passeata. Também havia entre os participantes quem não queria bandeiras partidárias e Lula livre, pois acreditavam naquele momento que deveriam dar atenção as pautas que haviam sido discutidas, e neste caso a luta seria contra a reforma da Previdência e cortes nas verbas para Educação. Porém, alguns militantes se utilizaram da passeata de forma política, tentando puxar para si o protagonismo, houve discussão, dedo na cara de sindicalista com anos de luta e postagem em rede social, com ataque ao lado contrário. Ficou claro ali um racha na esquerda.
Neste domingo (30), as manifestações foram favoráveis ao governo do Presidente Jair Bolsonaro, pela reforma da previdência e em apoio ao Ministro da Justiça Sérgio Moro.
Mas o que se percebe nas redes sociais, o racha também aconteceu na direita; uma ala mais conservadora critica a outra por se utilizar do ato para lançar seu candidato a prefeito e até mesmo fazer conchavos. Dois grupos chamaram o público para participar do ato, porém, mal acabou a passeata e a “troca de gentilezas” já era clara. Uma ala acusava a outra de querer o protagonismo e em resposta, o outro demonstrava falta de humildade para que a união entre as direitas fosse selada. Em contra partida os conservadores dizem que não é hora de união e sim da verdade. Para quem acreditou que a “lavação de roupa suja”, terminaria neste ponto, enganou-se.
Na noite desta segunda-feira (1), uma Live foi feita via Facebook por uma das integrantes da direita “mais conservadora”, os “Jab´s” rápidos e de longo alcance foram disparados contra aos que agora ela chamou de canalhas. Vale ressaltar que no Box os Jab´s são usados para medir o estilo de seu adversário, o que não funciona muito bem na política.
Em resposta aos ataques, nesta terça-feira (2), a direita “menos conservadora”, soltou sua artilharia também via rede social, onde entregaram ao público até a “capivara” do oponente, fazendo referência ao alto salário que ganha como assessor junto a um deputado Estadual. Sem contar comentários pouco sutis quanto a idade da integrante que direcionou os Jab´s. “O oponente usou uma idosa para nos atacar” – eu li isso, juro.
Segundo apurado, o “bate boca” da direita vai às barras do tribunal. Embora penso que deveriam se preocupar com sapatos, afinal terão que gastar muita sola nas ruas da cidade atrás de eleitores, até porque, a teoria faz parte da rede social, e a prática vive nas ruas.
Diante do caldeirão fervente que vem se tornando a caminhada para as eleições em Araraquara, vale lembrar aos nobres aspirantes a cargos políticos, que a população quer mudanças e não baixarias, não está interessada em quem montou ou não passeatas. Esse tipo de atitude que nada agrega a vida do eleitor, apenas o faz perceber, quem tem ou não credibilidade para levar seu voto.
Araraquara tem um histórico de eleitores que não aceitam ataques, mesmo que ele não vote no candidato. O que as pessoas querem são propostas que possam fazer a diferença. O tom usado costumeiramente na política é a cordialidade a educação e o diálogo, ao menos em público, e não há partido que vá mudar isso. Depois não adianta reclamar que “os coronéis são quem dominam as eleições”.
Se por hora já estão se engalfinhando, imagine como será em outubro de 2020. Oremos para que não liberem as armas, porque estará aberta a temporada do velho oeste por estas bandas.