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É hora de voltar ao Estádio da Fonte, mas com a vacina em dia

Por Ivan Roberto Peroni

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Em Araraquara, a volta do torcedor aos jogos da Ferroviária, de forma geral aos eventos esportivos, era uma das decisões mais aguardadas pelo clube e por extensão pelo torcedor. Ficamos ausentes dos campos de futebol durante 18 meses por conta da pandemia. E dizer que o nosso afastamento das praças esportivas não tenha nos causado certa angústia, é mentira.

Só que, o retorno gradual, e, aqui falamos do araraquarense ao Estádio da Fonte, a partir do próximo dia 3 de outubro (Ferroviária x Esportivo), apresenta significados, objetivos e desafios múltiplos para todos os setores envolvidos com o esporte e até mesmo para quem não tem nada a ver a história. É isso que sentimos neste momento: de ir em frente ou voltar, pegar ou largar, pois o mundo gira e se torna difícil falar em retroceder.

Ao mesmo tempo em que representa a realização dos sonhos de milhares de pessoas — de torcedores a atletas, de dirigentes de clubes a empreendedores, entre tantos outros –, abrangendo desde interesses econômico-financeiros a objetivos políticos, a reabertura dos portões ao público embute significativo nível de responsabilidade compartilhada e conscientização.

Acredito que a volta do público deve ser entendida como um teste à nossa capacidade de obediência. Obediência sim aos protocolos de segurança sanitária, como proposta à liberação das arquibancadas. Em outras palavras, depende de mim, depende de você, mantermos a Covid-19 nesta trajetória de queda. Se não for assim, vamos provocar uma nova onda da doença.

Se para o torcedor sua volta significa momentos de alegria, pular, gritar, comemorar, para a Ferroviária pode representar o reforço de caixa capaz de amenizar seu lado financeiro e as torcidas voltando, esse vai e vem do torcedor ao estádio é identicamente aguardada por comerciantes e prestadores de serviços.

Por outro lado o retorno do torcedor pode servir de análise para dois momentos: forçar a pessoa a se vacinar, principalmente quem gosta do futebol e segundo medir se de fato a vacinação é o caminho lógico que temos como o mais eficaz para contenção da pandemia. Contudo, é difícil se ter controle sobre quem ousa desafiar o coronavírus.

É evidente que o período de 18 meses de pandemia exige cautela como regra geral na volta do público aos estádios. Cabe então ao torcedor, apesar do caráter passional do esporte, ter responsabilidade e fazer a sua parte para que não seja necessário fechar novamente os estádios e tenhamos que retomar o choro pela morte dos nossos entes queridos.

*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro  da ABI, Associação Brasileira de Imprensa

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR