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Eduardo Bolsonaro com o manto grená: amor ou provocação

Por Ivan Roberto Peroni

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As provocações feitas, de um lado pelo presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, do outro pelo prefeito de Araraquara, Edinho Silva, tomaram proporções tão grandes, que agora viralisam até mesmo no campo esportivo. Ambos os lados têm levado essa animosidade para uma disputa que se não for saudável, pelo menos curiosa é pelo seu conteúdo ideológico e midiático. Ela causa efeito.

Se para bom entendedor meia palavra basta, devo confessar que a atitude de Eduardo Bolsonaro posando em vídeo ou foto com a camisa da Ferroviária em Dubai nesta quarta-feira, onde praticamente toda família Bolsonaro está em missão internacional, foi um desafio, uma provocação ao prefeito Edinho.

Primeiro que ele sabe que o Edinho tem como menina dos seus olhos a Ferroviária; segundo que precisava encontrar um meio para mostrar que até mesmo longe de Araraquara, quase que do outro lado do mundo, estaria pensando nela Araraquara. Mas de que forma: vestindo a camisa da Ferroviária.

Ideologia a parte, pois política não se discute – ainda mais sendo antagônicos, Eduardo Bolsonaro fez o que de fato deveria fazer: levou na bagagem a camisa da Ferroviária que ganhou quando aqui esteve e ao ser fotografado não se limitou apenas à camisa, mas em ter ao seu lado um presidente da República e o presidente da Fifa, a maior autoridade do futebol em todo mundo.

Está certo que a Ferroviária não precisava se popularizar tanto assim e justamente num momento único: o lugar e as pessoas, uma exposição midiática que nos leva a pensar que o deputado Eduardo Bolsonaro exagerou a dose. Uns gostaram, outros não, mas isso causou surpresa e espanto aos nossos olhos

Edinho é evidente, como bom torcedor e em sendo de esquerda vai se fechar dentro do argumento que – foi uma prova de que a Ferroviária é um time reconhecido internacionalmente e a usam por ser o esporte uma linguagem universal. Mas, se por fora, Edinho elegantemente acha que foi uma publicidade importante para o clube e a cidade. E por dentro da roupa deve estar perguntando – o que é que esse maluco está fazendo com a camisa do meu time? Deve também se questionar ao olhar atentamente para a foto: “Meu Deus será que eu mereço isso?

Curioso é que direita e esquerda se juntam e olham a Ferroviária como joia rara, capaz de ter exibicionistas em qualquer parte do mundo, de encher nossos olhos e fazer estufar nosso peito, mesmo que um lado tenha gostado e o outro ficado – irado. Mas temos que pensar que a Ferroviária é o mesmo que a nossa Pátria: são todos e cada qual tem no seio dela, o mesmo direito, a mesma palavra, a mesma Associação… Associação Ferroviária de Esportes como diria Rui Barbosa.

*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro  da ABI, Associação Brasileira de Imprensa

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR