Em Araraquara, a disputa das eleições municipais conta com 16 partidos que estão ativos na cidade, conforme relatório do TSE. Desses, ao menos seis estão ligados ao PT, sendo eles: Cidadania, MDB, PCdoB, PP, PSB, e Solidariedade. Essas siglas devem formar uma aliança para tentar eleger a atual secretária da saúde de Araraquara, Eliana Honain, que é um dos principais nomes do partido para sair na disputa. O cargo de vice está em negociação entre o PP, com o então secretário do trabalho e vice-prefeito Damiano Neto e também com o MDB, através do vereador Aloisio Bras, o Boi.
Dos nove partidos que não participam da aliança petista, há três que são declaradamente de esquerda: PCO, PSOL e PDT, que podem cogitar nomes parecidos com as eleições de 2020 para cargos no executivo e no legislativo. O PSDB e Podemos, considerados de centro-esquerda, podem se fundir até o ano que vem caso o TSE aprove a federação partidária. O mesmo ocorre entre os partidos Patriota e PTB, considerados de direita. Enquanto não é feita a fusão, o futuro dos candidatos desses partidos permanece incerto.
O partido Republicanos pretende lançar um candidato a prefeito e pode contar com o apoio do PRTB ano que vem. O PL, que agora possui um representante ligado aos interesses de Jair Bolsonaro, também pode lançar candidatura em 2024 e articular apoio político com outros partidos que ainda não possuem nominata na cidade. Hoje, o nome considerado mais forte para derrotar o PT é o do Doutor Lapena, caso não assuma um assento na Alesp.
A expectativa é que Araraquara tenha um cenário polarizado entre o PT e seus aliados, que defendem a atual gestão de Edinho Silva, que defendem que suas políticas sejam continuadas pela atual secretária da Saúde. A oposição espera ganhar o apoio público por meio de críticas ao prefeito pelas atuais reprovações de contas do Tribunal de Contas do Estado, por denúncias de mau uso do dinheiro público e aumento abusivo de impostos.
As eleições de 2024 serão mais um teste para a força política do PT em Araraquara, que é considerada uma das principais bases do partido no interior paulista e que tem avançado pautas progressistas, contrárias à antiga gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Também será uma oportunidade para os eleitores avaliarem o desempenho dos vereadores eleitos em 2020 e escolherem novos representantes para o legislativo municipal.
As eleições já estão aí. Até o ano que vem muita coisa pode mudar. Novos partidos podem entrar e alterar as estratégias. O fato é que Araraquara não é popularmente uma cidade petista. Politicamente, o PT é o partido que mais sabe articular e levar vantagem em detrimento da maioria conservadora dentro de um cenário onde não existe segundo turno. Basta analisar a quantidade de abstenções das próximas urnas crescendo eleição após eleição.
2024 é um ano decisivo para o futuro do progressismo em Araraquara, que vem tentando reescrever a história da cidade e avançar agendas que são contrárias aos valores ligados à tradição, à prudência e ao bom senso. O governo federal do atual presidente Lula entende o valor que tem a vitória do PT na nossa cidade. Será que a oposição também entenderá e agirá da forma que deve para que suas ideias ganhem alternância de poder?
*Rodrigo Ribeiro é jornalista e analista político do RCIA ARARAQUARA
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