Recentemente Araraquara perdeu duas proeminentes professoras: Maria Helena de Moura Neves e Dulce Whitaker.
Maria Helena foi extraordinária professora de Português, com inúmeros livros publicados e atuação destacada nas universidades UNESP, Mackenzie e UNIARA. Tive a honra de ter sido seu aluno no curso científico do IEBA na mesma classe do seu filho Geraldinho. Suas aulas eram brilhantes. Atendendo a meu convite enquanto presidente da Academia Brasileira de Letras fez palestra inesquecível para nós membros da Academia. Partiu pouco antes de ver o seu filho Beto Neves (excepcional médico e músico) se apresentar na Inglaterra com a sua banda Beatles Again em homenagem aos Beatles. Que pena!
Dulce Whitaker, que não conheci pessoalmente, foi notável professora da UNESP e da UNIARA e autora de muitos livros e trabalhos acadêmicos. Era respeitadíssima como pesquisadora e escritora. Recentemente prefaciou dois livros escritos pelo professor Tito Cassoni, ambos sobre o episódio dos Britos e que trazem novas informações sobre esse infausto acontecimento que tanto manchou o nome de Araraquara. Um deles contém um pequeno texto que escrevi sobre o autor.
Triste, muito triste, as mortes que tivemos em razão das intensas chuvas que assolaram a cidade. Notícia boa é que o prefeito Edinho já conseguiu recursos para reparar os graves estragos feitos pelas chuvas.
Por falar do prefeito Edinho, de quem fui adversário político muito mais vezes do que estive alinhado, fica aqui a constatação de que já é o principal político de toda a história de Araraquara. Sua trajetória política é invejável: prefeito por quatro vezes, deputado estadual, ministro de estado, presidente estadual do PT, vereador por duas vezes, coordenador de campanha do Lula e da Dilma e por aí vai.
Penso que após os recursos conseguidos para a reparação dos estragos das chuvas, tem o Edinho quatro grandes desafios para incrementar o desenvolvimento de Araraquara, somente viáveis com o prestígio político que desfruta e tendo o governo federal ao seu lado.
Primeiro, resolver o problema da enchente na via expressa e o risco de afundamento da mesma. Toda vez que chove forte a cidade vive um drama com este problema.
Segundo, implantar nova ligação entre a região central e a Vila Xavier na altura do Posto Pirâmides (próximo da Arena da Fonte). As ligações pela Luís Alberto e Barroso estão com congestionamentos colossais nos períodos de pico.
Terceiro, concluir o projeto de mudança dos trilhos e dar início à reurbanização da área ocupada pela ferrovia. Na realidade, esses três primeiros desafios estão de algum modo interligados.
Quarto, trazer para Araraquara novos órgãos públicos de porte (poderia ser uma unidade de ensino público superior – que tal ligado à USP ou à UFSCar) para compensar a “perda” da EFA e do DER. Com a USP, UFSCar e Hospital Universitário, São Carlos já passou à frente de Araraquara – são cerca de 30 mil pessoas entre professores, funcionários e alunos ligados a essas entidades e que proporcionam um fantástico impulso à Economia local, bem como à Educação e à Cultura.
*Coca Ferraz, é engenheiro e professor da USP (Universidade de São Paulo)
**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR