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Gigantão: irresponsabilidade na falta de laudos técnicos

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ARTIGO

Por Ivan Roberto Peroni

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Com todo o respeito, ao comemorar a não interdição do Gigantão nesta sexta-feira como se fosse um gol de placa, o prefeito Edinho Silva contrariamente, deveria ter entrado em um processo de reflexão para avaliar como tem sido o comportamento da maioria dos gestores públicos e dos políticos, que com a alma empedernida tem destruído conceitos da moralidade e responsabilidade.

Então, ao contrário dos elogios chamados para si próprio e aos que o rodeiam, poderia com o mesmo ímpeto e humildade chamar a todos para um exame de consciência e com o timbre suave das palavras que normalmente utiliza nas redes sociais, assumir a negligência por não ter encaminhado nestes três anos do seu governo, extremamente voltado para a cidadania, laudos que atestassem as manutenções naquela praça de esportes, requeridas pelo Ministério Público.

Mas não são apenas 3 anos, são também outros 5 anos do governo Marcelo Barbieri, totalizando um longo período de exposição de vidas ao risco de desabamento do prédio, como aconteceu em 2010, em uma parte dele. E se nada mais ocorreu neste espaço de tempo é porque Deus permaneceu de plantão nas 24 horas do dia, segurando a maravilhosa obra de engenharia que completa 50 anos.

Em meio ao desapontamento da população, pois 8 anos não são 8 dias, Edinho justificou toda polêmica “como divulgação irresponsável com claro objetivo político-partidário para confundir a opinião pública”. Não somos filiados e não temos vínculo com partido algum, aliás, por uma grande parcela da classe política temos ojeriza, dadas as ações de corrupção que macularam o país. Os que denunciaram os problemas estruturais também não são políticos, logo não há objetivo político-partidário.

Quanto a irresponsabilidade quer nos parecer que ela seja do gestor, pois deixou de cuidar do bem público ou zelar pela segurança da comunidade, de tal forma que o próprio Promotor de Justiça José Carlos Monteiro procurou ou procura enquadrar o prefeito – que descumpriu uma ordem judicial – em crime de responsabilidade e desobediência, efeitos de reconhecimento da improbidade administrativa. Sabemos que não se chegará a este extremo, mas as palavras são pesadas e da Promotoria Pública.

Não vamos falar da rapidez de um relatório tão ‘minucioso’ feito em um dia e meio, pois se sabe que neste país, as coisas demoram para acontecer ou para se fazer, mas talvez receoso de chamar o Ministério Público de irresponsável, optou em culpar a divulgação. Ledo engano, pois todas as publicações são peças integrantes de um processo com aproximadamente 400 páginas.

Em sã consciência ninguém quer o Gigantão no chão ou com suas portas fechadas. Queremos sim que seja uma casa de espetáculos segura para acolher pessoas de todas as idades, raças, religiões e níveis sociais, com seus responsáveis cumprindo o que a Justiça determina, abstendo-se de enfrentamentos e de comemorações desnecessárias. É hora de pensar melhor, baixar a bola – pois a imprudência cometida nos leva a entender melhor a incredulidade e a fazer o melhor, em silêncio.