Razões sobejam para que eu tenha motivos para comemorar o dia 08 de setembro.
É que há exatos 42 anos atrás eu tive a felicidade de estrear num processo de competência do Tribunal do Júri, fazendo a defesa em plenário de um jovem acusado de homicídio qualificado.
Não poderia aqui deixar de dizer que tive como orientador um dos mais renomados advogados criminalistas do Estado de São Paulo, Dr. Flávio Ferraz de Carvalho, a quem rendo as minhas eternas homenagens.
Graças ao que aprendemos com o colega Flávio Ferraz, tivemos a sabedoria e a tranquilidade para enfrentar outro nome consagrado do nosso convívio forense, Dr. Flávio Nunes da Silva, digníssimo Promotor de Justiça de nossa cidade, que também tão precocemente pulou para o andar de cima, deixando imensa lacuna entre nós.
Apesar de ter enfrentado o Dr. Flávio Nunes, um verdadeiro leão dos nossos tribunais, tive a satisfação de ver o meu cliente absolvido pelo Egrégio Conselho de Sentença pelo crime de homicídio qualificado por sete votos a zero.
Outro motivo que nos leva a comemorar a data de 08 de setembro, prende-se ao fato de coincidir com a data de aniversário daquele que foi nosso professor, nosso amigo e um dos grandes juízes de direito que passaram por nossa cidade, e, por uma dessas alegrias pregadas pela vida, foi o Juiz Presidente do Tribunal do Juri no dia da minha estreia na tribuna da defesa, o grande Dr. Carlos Alberto Melluso. Na oportunidade, nosso Mestre completaria 38 anos de vida, tendo nascido no ano de 1944.
Como professor do curso de ciências jurídicas e sociais da Faculdade de Direito de Araraquara, contribuiu decisivamente para robustecer nossa formação civil, sempre escudado em postulados morais e culturais, nos dando a base para o nosso aprendizado, sempre orientando nossos passos enquanto alunos da Faculdade de Direito.
Muito mais do que um Juiz de Direito, era o Dr. Carlos Alberto Melluso um verdadeiro adorno da Magistratura do Estado de São Paulo, ilações que fazemos, posto a têmpera da sua formação e em razão da sua ilibada reputação moral e social. Tive ainda a oportunidade de conhecer sua digníssima esposa Dona Rosa, e também conviver com seus filhos e filhas Andréia, Carlos Alberto Melluso Júnior, Caio César e Lívia Maria.
Depois da minha estreia à frente da tribuna da defesa, ainda atuei mais algumas dezenas de vezes em Araraquara e em outras ocasiões ainda tive a oportunidade de atuar em outra comarcas, como Taquaritinga, Jaboticabal e Franca, sempre com enorme sucesso.
(*) Fábio Donato Gomes Santiago, advogado, radialista, repórter esportivo da Rádio Cultura em 1975 e colaborador do RCIA Araraquara
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