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Morte do prefeito: um recado para a desonestidade

Por Ivan Roberto Peroni

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O assassinato do prefeito de Ribeirão Bonito, Chiquinho Campaner, deve ser olhado com muito carinho por todos que já se envolveram na vida política e têm feito dela o seu ganha pão. Quando falamos da política de forma generalizada, esta envolve todos os patamares da vida pública, pois os exemplos tirados da Lava Jato – pergunto eu – será que não foram suficientes para mostrar que o crime não compensa?

A nossa resposta é de que, ainda não, pois há prefeitos que continuam extrapolando em seus atos administrativos, governando para si ou para os seus grupos, afrontando dispositivos, leis, transformando gabinetes em balcões de negócios, numa afronta aos interesses coletivos ou simplesmente da população.

Neste Brasil tantos já foram e tem sido os casos de corrupção que não é preciso ir longe para verificarmos os estragos ou rombos em cofres públicos. Ribeirão Preto aí está como exemplo puro da safadeza política e onde Darcy Veras assumiu desgraçadamente uma conduta repugnante, que maculou a imagem de uma cidade construída pelo trabalho e luta da sua população. Ribeirão merecia isso? Digo que não.

Voltando ao caso de Ribeirão Bonito, digo que o seu povo também não merecia ver sua cidade exposta de forma tão negativa pela conduta duvidosa de um prefeito e de um empresário que desceu ao submundo das negociatas para conquistar facilidades em licitações públicas e delas tirar vantagens financeiras.

Esse tipo de maledicência imposta – e as gravações mostram – tanto por um, quanto pelo outro, é a essência da política canalha que temos visto ultimamente, onde cada um briga pelo seu umbigo e o eleitor que se dane. Lamentavelmente, o cenário que poderia ser de dor pela morte de uma autoridade pública, é de ódio, de aproveitamento, acharque, extorsão, negócios escusos, ilícitos, feitos na calada da noite ou longe dos olhares de gente honesta.

É triste dizer mas que o que aconteceu em Ribeirão Bonito deve servir de exemplo para políticos que para ganhar ou se sustentar no poder, tripudiam sobre a boa fé do eleitor.

*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro da ABI (Associação Brasileira de Imprensa)

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