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Na dança dos treinadores, o futebol leva a pior

Por Adilson João Tellaroli

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Quatro treinadores perderam o emprego em apenas uma rodada do Campeonato Brasileiro. E outros podem seguir o mesmo caminho na próxima. Para o torcedor fanático, trata-se apenas do resultado negativo de um trabalho mal feito e demissão de técnico no nosso futebol é mesmo tida como a coisa mais natural do mundo.

A sequência desse trabalho, porém é que muitas vezes altera o rumo da história, faz um time ganhar corpo, confiança e alcançar os resultados esperados pela sua torcida. Entretanto, essa confiança é que muitas vezes falta aos próprios dirigentes, quase sempre movidos pela paixão ou pela pressão da sua própria torcida para tomarem decisões.

Como toda história tem duas versões, existem também os que entendem que a saída de um técnico no meio do trabalho, não lhe causa transtornos, ao contrário, abre as portas para outro time, onde ele vai poder ganhar salário até melhor, sem contar as luvas que acabam caindo no seu colo. Dizem os que defendem essa tese, que treinador nunca fica desempregado. Pelo sim, pelo não, acho que não se deve arriscar, a não ser que o ambiente esteja insuportável ou a pessoa sinta que perdeu o comando do grupo.

Cabe acrescentar que essas trocas sucessivas, mostram que o futebol brasileiro pouco evoluiu dentro e fora de campo. Jogadores acham que têm todo o poder do mundo, endeusados por parte da imprensa, pelos fanáticos e muitas vezes até pelos dirigentes que os contrataram, além é claro dos empresários. Dirigentes que pensam mais com o coração do que com a cabeça, movidos por uma paixão que deveria estar ausente nesses momentos de decisão. E treinadores que também têm sua parcela de culpa, porque estudam pouco, ficam presos a velhos esquemas, não têm coragem de mudar e se tornam reféns.

Mudar às vezes é preciso mas no nosso futebol, essa mudança faz parte de um jogo que leva todos, dirigentes, jogadores e técnicos, mais dia menos dia, para o mesmo barco, ou seja, o naufrágio. Sem contar que nessa onda. afunda também o torcedor, que sofre, paga ingresso caro e vê quase sempre maus espetáculos. Em resumo, estamos acostumados com o troca-troca mas o futebol brasileiro é que leva a pior!

Adilson João Tellaroli – “bola branca”

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