Home Artigo

Não vamos subestimar o Coronavírus como aconteceu com a Dengue

Por Ivan Roberto Peroni

161

A nota explicativa sobre o coronavírus emitida pela Prefeitura de Araraquara neste final de semana, embora tenha que ser vista simplesmente como alerta e isso envolve a população de uma forma geral, talvez não tenha sido tão agressiva nas suas precauções como em outras partes do Brasil e do mundo.

A preocupação global com a pandemia está gerando impactos nos mercados internacionais e uma onda de tomadas de decisões drásticas por governos em diferentes partes do globo nos últimos dias, o que não é mais novidade para ninguém. Atividades esportivas, sociais, manifestações e tantas outras ações estão sendo suspensas e já se discute a paralisação da indústria que é o principal foco da economia.

O medo da propagação da doença em larga escala levou a Itália a determinar uma quarentena em todo o país na semana passada. Nos Estados Unidos, um navio com milhares de pessoas foi mantido longe do porto na Califórnia por transportar portadores do vírus.

No Brasil, onde há dezenas de casos confirmados da doença, o governo anunciou medidas para testar mais pacientes suspeitos de terem o covid-19. Ao confirmar os primeiros casos do coronavírus no Brasil no fim de fevereiro, entretanto, o ministro da Saúde, dizia que não havia motivo para pânico.

Aqui, seguindo o que disse o ministro, a prefeitura assegura que a cidade encontra-se no estágio de “Atenção”, diferente de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro e outros municípios, que estão no último estágio, o de “Transmissão Comunitária”, que é quando o vírus está instalado no município, sem identificação da fonte de infecção.

Ficamos preocupados ainda mais quando em própria nota a Prefeitura diz que “não é recomendável que as pessoas com sintomas leves procurem uma unidade de saúde, pois elas podem se tornar ponto de contaminação – quando casos forem constatados -, além de congestionar o sistema, desorganizando o atendimento”. Meu entendimento, pode até estar errado mas – nos sintomas leves é que as pessoas devem ter de forma presencial o acompanhamento médico ou da própria Saúde. Depois da porta arrombada não adianta colocar tranca. Quem for receber pessoas com sintomas leves deve estar preparada com máscara, etc… Da mesma forma quem se encontrar no interior de uma unidade de Saúde deve estar segura.

Vocês estão lembrados da questão da Dengue. O que diziam as autoridades? Banalizaram a doença e só foram fazer prevenção após as mortes e as milhares de pessoas que passaram por tratamento tentando se livrar da dengue.

Pelo que entendemos na informação da Prefeitura – que, se houver a caracterização de outros estágios como “Estágio de Contenção – que é quando há caso confirmado da doença e identificação da fonte de infecção” ou “Estágio de Transmissão Comunitária – já explicado”, a Prefeitura de Araraquara adotará outras medidas.

Tomará que as autoridades da área de Saúde não venham a se enganar tanto quanto no caso da Dengue.

*Ivan Roberto Peroni, jornalista e membro  da ABI, Associação Brasileira de Imprensa

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR