Passado um ano do início da pandemia no Brasil, todos os protocolos anunciados e colocados em prática, nada adiantaram!
Alguns culpam o governo federal, outros os estaduais, muitos culpam os municípios. Se é verdade que falta um comando, não é menos verdade que a população brasileira pouco ou nada aprendeu nesse ano amalucado. As mortes que ocorreram, não serviram de lição e o agravamento da doença, também não. É comum vermos pessoas sem máscara nas ruas. Os protocolos de fechamento atingem o comércio, mas não fiscalizam ou disciplinam os terminais de ônibus, trens, metrôs que vivem apinhados de gente, o mesmo ocorrendo nas portas dos bancos, com o horário mais restrito das agências.
E nessa enxurrada de desobediências e desmandos, entra o nosso futebol. Aquilo que poderia ser uma área de escape como lazer, acabou também se mostrando ineficiente em seus protocolos de segurança e saúde, a ponto de voltarmos à estaca zero. Nesse mesmo período, ano passado, a bola parou de rolar e agora os campeonatos são novamente paralisados.
Já escrevi aqui que faltava um pouco mais de profissionalismo por parte de dirigentes e jogadores e pelo visto não havia erro nessa afirmação. Vejam os exemplos mais recentes. Dois atletas do Corinthians foram flagrados num “Spa” mesmo depois do clube passar por uma crise de Covid no seu elenco. Domingo, um dos principais jogadores do badalado Flamengo, foi pego numa casa de jogo clandestina. Maus exemplos novamente!
A CBF só pensa em faturar, as Federações seguem o jogo e os atletas na maioria acabam, sendo vítimas disso tudo, apesar de alguns exemplos negativos aqui citados. Os prejuízos se acumulam em todos os setores, inclusive no esporte, claro!
Passou da hora de repensarmos nisso tudo. No caso específico do futebol, estamos às vésperas de jogos eliminatórios da Copa e alguns países ensaiam não receber seleções de fora, como é o caso do Brasil! É inegável que isso vai trazer problemas de logística para o deslocamento, além de queda no condicionamento físico e técnico das seleções.
E no aspecto doméstico, é a mesma coisa. Embalada, apesar da última derrota, a Ferroviária não sabe quando e nem onde vai jogar na sequência do campeonato paulista. Uma lástima!
Sim, a Covid tomou conta do mundo e as “novas cepas” como dizem os cientistas, são mais agressivas. Mas passado um ano, será que tomamos todas as possíveis e corretas providências? O esporte é mais uma vítima disso tudo, ou mais um parceiro conivente dos erros e desacertos cometidos pela humanidade?
*Adilson João Tellaroli – conhecido como “bola branca”, é jornalista esportivo e faz parte do Portal RCIA
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