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Segurança e Cultura da Paz

Por Edna Martins

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As mulheres do PSDB já deixaram claro seu compromisso com as medidas de enfrentamento a desigualdade social. Em grande medida, são elas que criam as condições de nosso desenvolvimento.

As questões relativas à segurança também passam por aí. Políticas de inclusão de jovens em atividades profissionalizantes, esportivas e culturais, por exemplo, retiram um contingente importantíssimo do campo de aliciamento de traficantes.

Um planejamento urbano adequado que cuide dos espaços com equipamentos públicos e iluminação adequadas também cumprem seu papel no enfrentamento à violência.

Mas o tema da segurança não diz respeito apenas ao âmbito da “rua”, diz respeito antes àquilo que tem sido o ambiente da “casa”. A casa é o local onde se aprende comportamentos, princípios e regras.

As mulheres têm chamado atenção há muito tempo para o que se configurou chamar de “violência doméstica’’. É no espaço doméstico que ocorrem graves comportamentos violentos, como agressões físicas, estupros, violência psicológica. São violências dirigidas às mulheres, às crianças e aos idosos.

O não enfrentamento adequado deste problema social tem acarretado consequências gravíssimas para todos. A principal consequência desta violência tem sido o seu desdobramento em feminicídios.

A Folha de São Paulo do dia 22 de fevereiro de 2020, traz matéria onde mostra que “em 2019 a estatística do feminicídio trilhou a contramão dos demais crimes violentos e cresceu 7,2% no país, com expansão expressiva em alguns Estados.”

Pois bem, para o enfrentamento desta violência existe uma legislação específica a ser cumprida que encontra barreiras concretas na realidade dos municípios brasileiros.

Ali, onde as pessoas vivem, não encontramos os equipamentos adequados de atendimento às mulheres, como,delegacias, centros de referência, casas abrigos, atendimento psicológico especializado.

Uma medida importante a ser implantada são os protocolos de atendimento, que articulam as diversas áreas, como saúde, assistência e educação para o atendimento às vítimas e acompanhamento das famílias.

Mas não podemos agir apenas nas consequências da violência, precisamos incidir sobre as causas. Sabemos há muito tempo que a violência contra as mulheres se sustenta nas ideias e comportamentos machistas. Tais comportamentos são reproduzidos todos os dias na maioria dos ambientes, inclusive nos produtos veiculados pelos meios de comunicação, ou ainda, na fala das mais altas autoridades do país.

São mobilizados os símbolos e a memória das experiências, que sustentam o poderio dos homens sobre as mulheres. Esse poder que silencia milhares de mulheres que tem medo das ameaças.

É aqui que passa a ser fundamental a atenção para a “primeira infância”. Cuidar das condições e do ambiente em que crescem nossas crianças pode contribuir para a melhoria de segurança.

Outra questão a ser colocada nessa equação é o “ambiente escolar”. É preciso conversar sobre isso nas escolas e criar um ambiente de “respeito” às diferenças. Não podemos deixar nossas crianças sozinhas enfrentando a violência cotidiana. Precisamos ouvi-las, de maneira adequada com os profissionais corretos. Existe legislação para isso também, como a escuta qualificada.

Todas essas questões são passíveis de iniciativas no âmbito municipal, seja pelo executivo ou pelo legislativo. As mulheres eleitas tem trabalhado muito e produzido iniciativas importantes para garantir a segurança e promover uma cultura da paz.

O direito a uma vida sem violência é uma de nossas prioridades! Neste ano vamos eleger muitas mulheres e enfrentar essa crueldade que destrói o nosso país. Mãos à obra!

*Edna Martins é Cientista Social, Doutora em Linguística, especialista em Gestão Pública e presidente do PSDB Mulher do Estado de São Paulo

**As opiniões expressas em artigos são de exclusiva responsabilidade dos autores e não coincidem, necessariamente, com as do RCIARARAQUARA.COM.BR