A escola é lugar de produção de ciência. Prova disso foi a participação de estudantes, professores e professoras de escolas municipais de ensino fundamental, na Feira “Ciência na Escola”, uma parceria da Prefeitura Municipal com a Uniara, por meio de seu Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGB), realizada na última sexta-feira (18), no Centro Internacional de Convenção, no Cear (Centro de Eventos de Araraquara e Região).
Três projetos científicos, um desenvolvido por alunos da Emef Gilda Rocha de Mello e Souza, no Jardim Indaiá; outro da Emef Olga Ferreira Campos, do Jardim Universal, e um terceiro da Emef do CAIC Ricardo Monteiro, do Vale do Sol, se destacaram e foram escolhidos por uma comissão científica entre os melhores da feira, da qual participaram 200 estudantes de escolas públicas e particulares, além de 40 professores e 40 assessores científicos.
Na ocasião, foram apresentados 40 experimentos. Entre os trabalhos dos alunos de escolas públicas do ensino médio foram escolhidos os 5 melhores, que receberão como prêmio Bolsas de Iniciação Científica Júnior, oferecidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
André Capaldo Amaral, organizador do evento e coordenador do PPGB, explica que, além das cinco Bolsas de Iniciação Científica Jr., que premiaram os melhores do ensino médio, a comissão decidiu destacar também os melhores entre os grupos do ensino fundamental.
Neste contexto, da Emef Gilda Rocha de Mello e Souza, no Jardim Indaiá, foi premiado como melhor projeto científico de ensino fundamental, o trabalho “Uma viagem pelos modelos atômicos”, de autoria dos alunos Marcelle Gracia de Sousa, Guilherme Mendes Lima, Gabriel Henrique Ambrozio Silveira, Nicoly Oliveira Cunha e Geovanny Felipe Cinco, do 9º ano. Eles foram orientados pelos professores de Ciências, Lucas Vizentim e Vanessa Moreno.
Para o professor Vizentim, o prêmio veio coroar o trabalho dos alunos que muito se esforçaram com a ajuda de seus educadores. “Respeito, segurança e valorização é só isso que precisamos para ajudar essa garotada a voar e para que essa vitória seja diária e acessível a todos os nossos alunos”, diz o professor.
Vanessa ratifica a avaliação do professor: “Trabalhar com a pesquisa e com a ciência permite que os adolescentes percebam o potencial de modificar e de transformar, na escola pública, principalmente, porque atendemos um público que vem de um contexto social mais complicado”, destaca ela, que, junto com o professor João Otávio Marianni Siqueira Júnior, foi orientadora de um outro trabalho levado à feira por alunos da Emef, com o tema “A importância da cobertura florestal para a conservação da água e do solo”. Este foi desenvolvido pelos alunos Kelvyn Maurício do Nascimento, Yasmin Jardim Amorin e Tainá Vitória Lima da Silva.
Outra escola municipal que teve um projeto científico figurando entre os melhores apresentados no ‘Ciência na Escola’ foi a Emef Olga Ferreira Campos.
Foi premiado o trabalho “Sistema Respiratório”, dos alunos Anna Julia Ramos Santos, Gabriel Vieira Dias Rocha, Lucas Gomes da Silva, Keithelen de Ramos Araújo e Renan Felipe, do 7º ano. Eles foram orientados pela professora de Ciências, Juliana Pereira Zanon Reis.
Segundo a professora orientadora, os alunos escolheram o grupo de acordo com os critérios estabelecidos e foram orientados mediante as dúvidas que foram surgindo na confecção do material. “Eles apresentaram o sistema respiratório com garrafa pet e fizeram a maior parte dos trabalhos no laboratório da escola”, explica. “Este tipo de evento é muito importante para os alunos, porque possibilita que coloquem em prática os conhecimentos adquiridos na escola. Além disso, é um incentivo para que continuem em busca do conhecimento”, avalia. Juliana acrescenta que também foi apresentado na feira, da Emef Olga Ferreira Campos, o trabalho “Fonte de Energia”, dos alunos Heryck Dario Souza Luz, Giovanna Almeida, Rhaissa Leandra dos Santos, Ana Beatriz de Castro Rodrigues e Carlos Daniel dos Santos, do 8º ano.
Criação em grupo
E a Emef do CAIC Ricardo Monteiro, do Vale do Sol, também foi premiada no “Ciência na Escola”. Os alunos Arthur Muzel Ferraz, João Pedro de Oliveira Silva, Mateus dos Santos Rego, Isabelle Cristina Barboza Morato; Víctor da Silva Dasca e Sofia dos Santos Lima representaram a Emef no Cear apresentando o tema “Arte e Sustentabilidade”, que abordou consumo consciente e sustentabilidade. Eles levaram para o Cear esculturas confeccionadas com materiais recicláveis que ganharam movimento.
O desenvolvimento do projeto envolveu Artes, com a orientação da professora Nerci de Marins Peixoto, e Geografia, com apoio do professor João Inácio, que os orientou a pesquisar e confeccionar cartazes e um mapa abordando a poluição decorrente do descarte inadequado de plástico, as consequências para os oceanos e também os 5Rs do consumo consciente: Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Repensar e Recusar. “Com a realização do trabalho, os estudantes puderam ampliar seus conhecimentos sobre o tema e repensar seus hábitos e atitudes em relação ao meio ambiente”, analisa o professor João Inácio.
Para a professora Nerci, todo o processo de criação foi muito importante, desde a seleção dos melhores trabalhos que foi feita internamente, na escola, até a exposição na feira dos escolhidos pelos alunos. Deste processo de criação, participaram os alunos que comandaram a exposição no Cear e também José Mário Silva de Lima Júnior, Mateus de Oliveira, Kauã Pereira da Silva, Kaue Henrique Nassif Moyses, Rutyerlin Silva Evangelista Oliveira, Ana Carolina Fernandes Baptista, Gabrielli Lima de Araújo, Lucas Gabriel Palma Brito, todos dos 6º, 7º e 8º anos da Emef.
“O grupo aceitou o desafio e se empenhou demais para criar e ainda fazer com que as esculturas tivessem movimento”, explica ela. “É um processo muito valioso para a formação dos alunos, porque desperta a curiosidade, o interesse pela pesquisa e a criatividade. E durante a Feira eles puderam sentir a valorização desse trabalho e mostraram que estavam preparados para passar as informações, tanto referentes a Artes, quanto na área da Geografia. Foi, sem dúvida, de grande relevância para a vida desses alunos no ensino fundamental, que até então estavam muito distantes da universidade. Foi um despertar, porque essa participação, além de ampliar o conhecimento, também é capaz de despertar o interesse pela universidade”, avalia a professora Nerci.
Na opinião de Clélia Mara dos Santos, secretária municipal da Educação, o projeto Ciência na Escola é um incentivo extremamente positivo não só para produzir e apresentar os trabalhos para toda sociedade, mas também para alimentar permanentemente no interior da escola a importância da ciência e a busca por novos conhecimentos. “Além disso, o projeto nos trouxe uma oportunidade de mostrar e demonstrar que a escola está envolvida na construção e disseminação do conhecimento e na produção de ciência, isto por si só já é motivo de enorme alegria”, comenta a secretária da Educação.
Também participaram do ‘Ciência na Escola’ as unidades municipais de ensino fundamental Henrique Scabello, do Hortênsias, e Rafael de Medina, do Jardim Eliana. Os projetos foram desenvolvidos em cinco áreas de conhecimento: Ciências Exatas e da Terra; Ciências Biológicas e da Saúde; Engenharias e Ciências Agrárias; Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes e Inovação e Empreendedorismo.