Umas das pessoas mais queridas de Araraquara, Edineusa Francisco dos Santos, a Edi, faleceu hoje, após infarto. Há alguns dias ela tinha sido agraciada com o título de Cidadã Araraquarense, homenagem sugerida pela vereadora Fabi Virgílio (PT). Ela aguardava a abertura das praças para receber a honraria, já que foi uma das principais figuras que incentivaram a cultura na Praça das Bandeiras. Aliás, era presidente da pioneira Associação dos Amigos da Praça das Bandeiras, contribuindo com sua atuação e também com recursos para o fomento da cultura no local.
Edi nasceu no município de Magda (SP), no dia 6 de julho de 1951. Filha de Eujássio José dos Santos e Iolanda Francisco dos Santos. Ainda criança, sua família se mudou para Santa Fé do Sul, onde passou parte da infância morando num sítio, com seus pais e seus seis irmãos (Edson, Euclides, Edenir, Edna, Daniel e João Carlos). Durante esse tempo, trabalhou com a família em lavouras de café e algodão. Na adolescência, morando na cidade, dividia os estudos com o trabalho de manicure e cabeleireira.
Em janeiro de 1970, sua família foi morar em Fernandópolis e ela, por sua vez, se mudou para Araraquara. Seu primeiro endereço na Morada do Sol foi a casa de sua madrinha. Pouco depois, transferiu-se para o internato Santa Terezinha onde morou por alguns anos.
Sempre muito carismática e comunicativa, ingressou rapidamente no comércio da cidade. Trabalhando na região central, fez inúmeras amizades, muitas das quais perduram até hoje. E foi assim que conheceu Mario Marques da Silva, que seria seu companheiro durante muitos anos e pai de seu único filho, Mario Augusto. Juntos, compartilharam momentos marcantes e decisivos de suas vidas e participaram de eventos importantes na história da cidade durante as décadas de 1970 e 1980.
A Gurilândia, loja de brinquedos e artigos infantis, administrada pelo casal, foi uma referência do comércio araraquarense nessa época e ficou presente na memória de muitas pessoas que por ali passaram.
Ainda hoje, é muito comum encontrarmos pela cidade moradores que, durante a primeira infância, foram conduzidos por carrinhos de bebê, ensaiaram os primeiros passos em andadores e fizeram as primeiras refeições em cadeirotes vendidos pela Gurilândia.
A partir de 1992, teve início uma nova fase na vida de Edineusa. Trabalhou por um curto período na Artemotor, firma do ramo de autopeças, instalada na Avenida 7 de Setembro, na região do Carmo.
Depois, atuou como microempresária, à frente do Bazar Xodó, atendendo principalmente encomendas de presentes e variedades. Ao final dessa década, transferiu-se para o ramo imobiliário onde atuou até sua morte.
Nessa fase, Edineusa acompanhou de perto o crescimento que a cidade teve nos últimos vinte anos, trabalhando, desde o lançamento, em projetos residenciais que formariam novos bairros na cidade.
Como grande entusiasta da vida cultural de nossa cidade, foi uma das fundadoras e dirigentes da Associação dos Amigos da Praça das Bandeiras, participando da organização eventos de música, teatro, dança, feiras culturais.
Sempre buscando valorizar e levar ao público as produções dos artistas locais. Além disso, nos últimos anos, Edineusa também foi uma figura muito presente nas ações e projetos do Conselho Municipal de Cultura.
Edi, como era por todos conhecida, foi uma mulher de grande dedicação à cidade. No ano de 2017, em comemoração aos 200 anos de aniversário de Araraquara, fez uma doação de mais de 200 molduras para a coleção Paulo Mascia, pois as molduras originais estavam todas comprometidas por cupim.
Para Francisco Colturato, do Bar do Zinho, “a Edi trabalhou incessantemente para transformar a Praça das Bandeiras num marco de cultura, lazer, arte e entretenimento. Araraquara perde uma mecenas e uma pessoa que amava nossa cidade”.
Confira poema de Fabi Virgílio sobre Edi: