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Araraquara perde uma de suas mais notáveis educadoras: Maria Helena de Moura Neves   

Professora emérita pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e referência mundial quando o assunto é língua portuguesa, araraquarense faleceu na manhã deste sábado (17)

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Maria Helena de Moura Neves venceu o prêmio Ester Sabino em fevereiro deste ano

Referência acadêmica mundial nos estudos e ensino de língua portuguesa e professora emérita pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), a araraquarense Maria Helena de Moura Neves (91) faleceu neste sábado (17) em decorrência de sequelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O sepultamento ocorre hoje mesmo, às 16h30, no Cemitério São Bento.

Autora de mais de 20 livros e outras centenas de obras ao lado de outros colegas, Maria Helena é Doutora em Letras Clássicas (Grego) pela Universidade de São Paulo (USP),  livre-docente em Língua Portuguesa na Universidade Estadual Paulista (UNESP), pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e também leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie. Desenvolveu trabalhos sobre a língua portuguesa nas áreas de texto,  gramática, história da gramática, descrição da língua portuguesa e funcionalismo.

Em fevereiro deste ano, foi a grande vencedora, na categoria sênior, da primeira edição do prêmio Ester Sabino, criado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo para valorizar pesquisadoras que contribuem para o desenvolvimento científico.

REPERCUSSÃO

Em seu perfil no facebook, o programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie emitiu uma nota de pesar. “Referência na área, sua inteligência só era equiparada à sua generosidade com alunos e professores. Deixa um importante legado para a Linguística brasileira e uma imensa lição de humildade para todos”, comunica.

A Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB) também se manifestou. “Maria Helena de Moura Neves deixa um grande legado, com sua obra, para o campo dos estudos linguísticos aplicados com sólida pesquisa entre a gramática dos usos do português e o ensino de línguas. Nossos profundos sentimentos à família e aos amigos”, diz a nota.

Para a Associação Brasileira de Linguística (Abralin), “seu trabalho de excelência, além de servir de referência para as gerações que ela ajudou a formar direta ou indiretamente, também foi uma fortaleza aos ataques que a ciência brasileira sofreu sobretudo nos últimos anos e certamente seguirá exercendo esse papel para as gerações futuras”.

“Sua inteligência, sua lucidez e seu profissionalismo vão nos fazer falta”, lamentou a Unesp por meio de Matheus Nogueira Schwartzmann, Coordenador do Programa de Pós-graduação em Linguística e Língua Portuguesa.

(Por Matheus Vieira)