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Araraquarenses reclamam de falta de água e alterações na cor, no cheiro e no gosto

Tratamento da água é questionado; Daae diz que qualidade é aferida diariamente

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Araraquarenses opinam sobre os serviços do Daae

Moradores de vários bairros da cidade, como Vila Xavier, Jardim Brasil, Vila Harmonia, Jardim Imperador, Santa Angelina, entre outros, vêm reclamando nas últimas semanas da falta de água nas residências e também de alterações na cor, no cheiro e no gosto.

Residente na Vila Harmonia, Rita disse que no final de semana chegou a ficar quase um dia todo sem abastecimento de água. “Ficamos sem água era mais ou menos horário do almoço e chegou depois das 21h30. Quando voltou o cheiro de remédio era insuportável”, comenta.

No Cambuí, moradores identificaram “um gosto estranho” na água nos últimos dias. No Santa Angelina, o fornecimento foi interrompido durante algumas horas na sexta-feira (11), o mesmo ocorrendo na Vila Xavier, Fonte e Jardim Imperador.

Rafael, morador do São Geraldo, observou uma coloração diferente do líquido que saía da torneira de sua casa. “Água suja”, enfatiza.

TRATAMENTO QUESTIONADO

O Portal RCIA foi investigar quais seriam as causas de todos esses problemas relatados pelos araraquarenses e chegou à informação de que haveria um problema no tratamento feito pelo Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae).

De acordo com informações, o cloreto férrico, coagulante que era utilizado no tratamento da água, foi substituído pelo tanino, um coagulante natural e mais barato. “Porém, quando chove e a água fica muito suja, ele não reage e não consegue limpar água”, disse uma fonte que não quis se identificar.

Segundo apurado, a situação piora com o assoreamento do Ribeirão das Cruzes, pois em vez de bombear água, acaba vindo lama, dificultando ainda mais o tratamento. “Aí o decantador fica sujo e tem que jogar a água fora. Com o cloreto férrico até conseguia, mas com o tanino não. Gastam produto à toa e ficamos sem água”, acrescenta.

Com isso, os reservatórios ficam sem água e acaba ocorrendo o desabastecimento em vários pontos da cidade. “E o problema vai se agravando cada vez mais”, completa o especialista que prefere ter seu nome preservado.

DAAE EXPLICA

O Daae esclarece que o desabastecimento de água ocorrido no dia 11 de junho, na região da Fonte, Imperador e Vila Xavier, ocorreu devido a uma manutenção emergencial na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Fonte.

“A manutenção na estação foi em decorrência das chuvas e do longo período de estiagem, o que provocou a chegada da água bruta, com mais turbidez, necessitando parar o tratamento para limpeza dos filtros. Assim que a estação ficou disponível para tratar a água, o processo foi reiniciado. Porém, os reservatórios já estavam com os níveis baixos, fato que fez com que o abastecimento não fosse recuperado de imediato”, explicou o Daae.

Segundo a autarquia, no final da tarde o abastecimento foi recuperado e a situação do fornecimento de água foi normalizada por volta das 21h.

Sobre a troca de coagulante para a limpeza da água, o Daae informa que vem utilizando com sucesso os mesmos produtos químicos para o tratamento da água, inclusive, há mais de cinco anos, o tanino, produto que é um coagulante de origem natural, orgânico e ecologicamente correto, não procedendo a informação de que a manutenção na ETA foi ocasionada por conta da troca de produto químico para o tratamento da água.

“A qualidade da água fornecida é aferida diariamente através de coletas e análises químicas. Para isso, o Daae mantém um excelente corpo técnico, laboratórios de análises e segue toda a legislação vigente e exigências técnicas no tratamento da água”, conclui .