A noite de 07 de maio de 1962, segunda-feira, era pontuada por uma temperatura amena em Araraquara, cidade economicamente emergente e com sua região central agitada pelos poucos bares e restaurantes existentes.
Os ônibus elétricos circulavam na calmaria dos 50 mil habitantes sendo uma grande parte formada por servidores que trabalhavam na Prefeitura Municipal, Câmara Municipal, Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Fórum Juiz Macedo Couto, Contadoria, Posto de Saúde e outros órgãos que engatinhavam na mistura com o entroncamento ferroviário (EFA e Paulista) e as sirenes da Fábrica de Meias Lupo.
Foi neste cenário que um grupo de servidores públicos teve a ideia original de fundação da ASPA – sugestão dada por um funcionário do Serviço Especial de Saúde de Araraquara (SESA), ligado a USP, Délcio Gonçalves da Silva. A associação congregaria servidores públicos municipais, estaduais e federais.
Para fundar tal associação Délcio convocou no início de maio (dia 07), amigos, servidores e até o chefe do Posto de Saúde – Amaury de Castro Monteiro – instalado na Rua Itália esquina com a Avenida Portugal, para uma reunião no Clube 22 de Agosto, cuja sede era na Portugal, 418.
Ali, ele teria as sementes para jogar ao vento e ver brotar a Associação dos Servidores Públicos de Araraquara (ASPA). Oito amigos compraram a ideia e naquela noite formaram uma comissão para elaborar os estatutos da nova entidade.
A comissão formada pelo Presidente, Victório Manoel Gonçalves; vices, médico Amaury Pinto de Castro Monteiro (diretor do SESA) e Pedro Raphael Queiroz; secretario, José Salim Barcha; tesoureiro, Délcio Gonçalves da Silva. Membros auxiliares Carlos Caetano Fava, Francisco Olivério, José Camargo e Dorival Adorna que foram incumbidos de divulgar a ideia do colega Délcio à toda a categoria.
No dia 16 de maio, nova reunião convocada por edital n’O Imparcial, seria de fundação. Délcio, autor da ideia, explicou aos presentes o que pensava sobre a nova entidade.
Estatutos prontos, seria a hora de colher os frutos das sementes do dia 7 e das flores do dia 16. Convocados por edital para a Assembleia Geral, mais de cinquenta pessoas desta vez reunidas no anfiteatro do Instituto de Educação Bento de Abreu (IEBA) e arroladas como sócios estavam prontas para discutir e aprovar os Estatutos da Associação dos Servidores Públicos de Araraquara (ASPA). A assembleia foi presidida por João Aldo Nassif e Dario Gonçalves da Silva (irmão de Délcio). O autor da iniciativa Délcio Gonçalves da Silva que discursou seguido de Victório Manoel Lorenzetti.
Lido o Estatuto, começaram as discussões. Várias modificações foram propostas especialmente sobre a quantidade de pessoas nos conselhos. Acatadas, foram aprovadas pela unanimidade dos presentes. E, ainda na primavera, dia 29 de maio de 1962, os associados e a cidade festejavam a fundação da Associação dos Servidores Públicos de Araraquara (ASPA) que congregaria os servidores das redes municipal, estadual e federal e lutaria pelos interesses e bem-estar geral da categoria que trabalhava em Araraquara.
A associação teve no servidor público Délcio Gonçalves da Silva, um dos seus fundadores no dia 29 de maio de 1962, o que lhe deu merecidamente a oportunidade de ser o primeiro presidente, reeleito depois para o mandato de 1964-1965 e durante esse período conseguiu comprar uma casa na Avenida Prudente de Morais, 963, instalando ali a primeira sede própria da associação. O prédio custou Cr$ 3.250.000,00 aos cofres da ASPA.
A entidade que engloba o funcionalismo público da nossa cidade e municípios da região, está completando em maio – 62 anos de fundação. Uma data que representa a sólida estrutura de uma instituição destinada a interagir e oferecer benefícios aos seus associados em três categorias – servidores municipais, estaduais e federais.