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Camada de asfalto em Araraquara com 2,5cm de espessura. Correto seriam 7,0cm.

As normas técnicas são claras: a espessura da camada asfáltica deve ter no mínimo 7,0cm, contudo em Araraquara a pavimentação é feita com 2,5cm, pelo menos em uma das vias visitadas pelo nosso portal

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Com pedaço da camada asfáltica arrancada pela chuva observamos a espessura da pavimentação

Uma enorme cratera aberta na Rua Dr. Mário Ópice, paralela a Rua Armando Salles de Oliveira, que passa pelo Paraíso em direção ao Cemitério dos Britos, via pública de características comerciais, chamou a atenção. Com o índice pluviométrico destes últimos dias – o buraquinho virou um buracão – e pela força da natureza começou a mostrar a negligência do ser humano em querer vencer a suprema força divina.

Ao mostrar o tamanho do buraco aberto em pleno leito carroçável a população começa a ter ciência sobre o mau uso dinheiro dinheiro público. O buraco no entanto, diz o morador do Igaçaba, é pequeno diante da santa ignorância de quem fez a pavimentação utilizando uma camada asfáltica que mais parece um isopor, propenso a se esfarelar com o tempo e a chuva.

COMO FUNCIONA

Chuva mostrou a qualidade do asfalto colocado em nossas vias públicas – Rua Mário Ópice

Qualquer profissional da área de engenharia sabe que após limpeza do espaço a ser pavimentado vem a sub-base com a colocação de pedras com até 15,0cm de espessura ou até mesmo 20, depois surge a base com 7,5cm de altura através de pedras de 2,0 a 5,0 cm e cujos formatos se encaixam após a compactação. Na finalização, o pavimento é revestido com cerca de 5,0 a 7,0cm de concreto asfáltico. Só que em Araraquara se encontra camada que não passa de 2,5cm, o que para muitos é um engodo.

Avenida 36, longe dos buracos por conta da pavimentação feita nos anos 60 pelo engenheiro Palamone Lepre

Especialista no assunto considera que em determinados casos a sub base pode chegar até 20,0cm: “Não é nenhum tipo de crime dizer que têm por aí pavimentações que não apresentam nem projeto”, argumenta.

Ele próprio considera em rápido comentário que “mesmo quando a obra tem projeto ela esbarra em outro empecilho antes de seu início: o orçamento. Além de ter uma restrição de verbas, o modelo de contratação por licitação favorece quem faz o trabalho pelo menor preço, e embora isso pareça ser positivo, pois em tese, há uma economia de dinheiro público; no fim das contas o projeto é que acaba adequado ao orçamento e não o contrário”.

Como resultado, há uma redução de custos que afeta desde a terraplenagem com uma compactação insuficiente à espessura das camadas. Neste caso, para consertar uma rua a espessura deve ser de 7,0cm, mas chega o político e fala que só tem dinheiro para 3,0cm. O que faz? Pega o dinheiro, divide pela metragem que quer fazer e se encontra a espessura. Para este especialista é assim que funciona.